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Para Estadão, acusação não precisa ser provada
Por Walter Sorrentino
Em editorial reacionário, o jornal O Estado de S. Paulo, de 21 de outubro, avaliza como verdadeiras, mesmo na ausência de provas, as acusações do soldado João Dias Ferreira contra o ministro do Esporte, Orlando Silva, e dá continuidade à campanha pela demissão, que realiza em conjunto com o semanário Veja e outros órgãos da mídia conservadora.
O título do insolente panfleto, “As provas pedidas”, dá a impressão de que ali será apresentado algo novo, mas nada é acrescentado. Dá prosseguimento, assim, a um estapafúrdio editorial anterior, intitulado “O Ministro tem que sair”, onde mandava às favas os escrúpulos e afirmava que provas não seriam necessárias no caso.
Aliás, a falta de provas já está incomodando, e o jornal da família Mesquita ignora que o próprio ministro pediu para que as denúncias de João Dias Ferreira sejam apuradas e trata a possibilidade de o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) abertura de inquérito como se já fosse uma condenação. Disse o procurador: “Nós estamos ainda num momento em que não podemos afirmar a veracidade desses fatos”. E completava: “os fatos noticiados, se verdadeiros, seria algo extremamente grave”.
O próprio jornalão se vê constrangido a admitir na sua peça acusatória: “Naturalmente, Gurgel diz que não se pode fiar ‘apenas nas declarações de uma única pessoa’, mas elas merecem ser examinadas com toda a atenção, incluindo eventualmente a quebra dos sigilos de Orlando Silva”. O próprio ministro já havia se antecipado em colocar à disposição seu sigilo.
Mas em seguida manda às urtigas a presunção de inocência. Contra o ministro comunista ou os integrantes da administração Dilma Rousseff, basta uma investigação “para tornar intolerável a permanência do acusado no governo”. Como altivamente denunciou o ministro Orlando, “não houve, não há e não haverá provas que sustentem esse grave ataque. Pretende-se tirar o ministro de Estado do governo no grito”. No Twitter, o ministro postou, no dia 21: "Mais um dia e nenhuma prova contra mim foi apresentada. Não serão, porque não existem provas, não existem fatos. É tudo mentira".
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