27 outubro 2011

Uma história de resistência à ditadura militar


Do site http://www.lucianosiqueira.com.br/ 
Livro que resgata luta do jornal Movimento será lançado no Recife
. A trajetória do semanário Movimento, que circulou de 1975 a 1981, está imortalizada no livro Jornal Movimento, Uma Reportagem, do jornalista Carlos Azevedo, que será lançado no Recife, no dia 31 de outubro (segunda-feira), às 19h, no Mar Hotel, em Boa Viagem, Zona Sul da cidade, com a presença do deputado Luciano Siqueira (PCdoB), que foi correspondente e redator do Movimento no Recife, na década de 1970; governador Eduardo Campos e da ministra do TCU, Ana Arraes.
. O lançamento será antecedido de debate sobre o tema Imprensa, ditadura e liberdade, com início marcado para as 17h, no mesmo local. Atuarão como debatedores principais o escritor Fernando Moraes; Ana Cláudia Elói, presidente do Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco; e Raimundo Pereira, diretor da revista Retrato do Brasil. A elaboração do livro teve a colaboração das jornalistas Marina Amaral e Natália Viana.
. Um dos mais importantes instrumentos da resistência ao regime totalitário que dominou o País por mais de duas décadas, o jornal foi uma experiência ousada e bem sucedida tanto para os jornalistas que o faziam, que eram seus próprios patrões, quanto para seus 500 acionistas, entre os quais se encontravam jornalistas, intelectuais, profissionais especializados, estudantes e trabalhadores.
. O livro, produzido com apoio do Ministério da Cultura (Minc) e patrocínio da Petrobras, é fruto de um ano e meio de trabalho de uma equipe que pesquisou os arquivos da época, descobriu documentos inéditos e realizou mais de 60 entrevistas. São 362 páginas, com dezenas de ilustrações, além de DVD contendo na íntegra as 334 edições do jornal digitalizadas.
História em Movimento - Jornal político, desde o início Movimento teve um programa definido, de clara oposição à ditadura militar e de defesa das liberdades democráticas, dos interesses nacionais e da melhoria das condições de vida dos trabalhadores.
. O jornal sofreu censura prévia desde a primeira edição e continuou sendo censurado ao longo dos três primeiros anos de sua existência de seis anos e meio, o que levou a publicação a enfrentar graves dificuldades materiais. Mesmo mutilado pela censura, o jornal descreveu a vida e a luta dos trabalhadores e denunciou a exploração e os crimes contra os direitos humanos e as ameaças à soberania nacional.
. A partir de 1978, com o fim da censura prévia, o jornal viveu importante recuperação de suas vendas e grande ampliação de seu prestígio ao promover campanha pioneira em favor da Assembleia Nacional Constituinte e da revogação da legislação de exceção, ao apoiar a candidatura presidencial de oposição do general nacionalista Euler Bentes Monteiro e ao dar sustentação à Campanha pela Anistia Ampla e Irrestrita.
. Ao mesmo tempo, realizou a mais completa cobertura jornalística do processo de reanimação das lutas populares nas cidades e no campo, destacadamente a divulgação das greves e da afirmação do movimento operário no ABC e em outras regiões, acontecimentos definitivos para o processo de restauração democrática do país.
. Ousadamente, Movimento buscava oferecer a seus leitores informações atualizadas tanto no cenário nacional quanto internacional. E sobre todos os fatos apresentava sua opinião, sintonizada com o ponto de vista popular e democrático, nacionalista e anti-imperialista. Tratava das divergências no então existente campo socialista e ao mesmo tempo das polêmicas dentro do governo ditatorial e no interior das forças da oposição democrática.
. Acompanhou de perto o retorno dos exilados políticos após a anistia e relatou cada episódio da reorganização dos partidos políticos e da criação do Partido dos Trabalhadores.
Colaboradores - Nascido de uma grande mobilização política, o jornal reuniu em seu Conselho Editorial nomes como os de Alencar Furtado, Audálio Dantas, Chico Buarque de Holanda, Edgar da Mata Machado, Fernando Henrique Cardoso, Hermilo Borba Filho e Orlando Villas Boas.
. Foram membros do seu Conselho de Redação personalidades como Perseu Abramo, Tonico Ferreira, Aguinaldo Silva, Eduardo Suplicy, Elifas Andreatto, Fernando Peixoto, Jean Claude Bernadet, Mauricio Azedo, Francisco Pinto e Raimundo Rodrigues Pereira.
. Entre as centenas de pessoas que fizeram o jornal estão Carlos Nelson Coutinho, Caco Barcelos, Chico Caruso, Duarte Pereira, Guido Mantega, Laerte, Maria Moraes, Maria Rita Kehl, Paulo Cesar Pinheiro, Paul Singer, Ricardo Maranhão, Carlos Azevedo e Rubem Grilo.
Da Redação do site.

Nenhum comentário: