Com o DNA do baixo
clero
Luciano
Siqueira
Escaramuças em equipe de governo nunca são saudáveis, devem
ser evitadas. Governantes fortes e hábeis costumam evitá-las. Pois se ganham maior
dimensão convertem-se em crise de governo.
O capitão presidente Jair Bolsonaro tem colecionado
escaramuças no interior do seu governo, tanto ao norte como ao sul, envolvendo
figuras do próprio núcleo central, que opera no Palácio do Planalto.
Sua relação com o vice-presidente, general Hamilton Mourão, tem
sofrido fricções por razoes diversas, que vão desde o tratamento ambos dão à
imprensa (bem diferenciado entre si) à loquacidade do vice, que opina em
pública sobre temas diversos. Inclusive questões polemicas na própria equipe de
governo.
Mas o caso do ministro-chefe
da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno,
assume traços histriônicos, além de dramáticos. Depõe muito mal em relação à
suposta seriedade do governo.
Envolvido em rumoroso caso de
transferência indevida de altas somas do fundo partidário eleitoral para
candidatas ditas “laranjas” inscritas em seu partido, o PSL, Bebianno agora
colide frontalmente com o Clã Bolsonaro, um filho deputado e o próprio
presidente pai.
Ambos lhe atribuem a condição
de mentiroso.
O ministro, que deveria
mostra-se indignado e defender a própria honra, declara-se apenas magoado e
antecipa a decisão de não se demitir.
E se pretende assim mesmo
seguir na equipe palaciana será porque há de ter suas razões para tanto, que
não devem ser de pequena monta.
Também se Bolsonaro pai e
presidente manterá um ministro que ele próprio expôs à execração pública, ainda
não e sabe.
Seja o que acontecer nas próximas
horas, algo fica muito evidente: até nas crises palacianas o governo exibe seu insofismável
DNA de baixo clero.
Ai de ti, República!
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