11 fevereiro 2019

Fragilidade relativa


Joseph Albers
Complementar, subsidiário e subalterno
Luciano Siqueira

Um dado citado pelo Valor Econômico demonstra, mais uma vez, o quanto nossa economia está atrasada no concerto mundial.

Metade do valor das exportações brasileiras em 2018 se apóia em sete commodities: soja, óleos brutos de petróleo, minério de ferro, complexo carnes, celulose, açúcar e café, que renderam US$ 120,3 bilhões ao país, precisamente 50,2% do total exportado.

Ou seja, a tendência crônica ao enfraquecimento relativo de produtos industrializados em nossa pauta de exportações se acentua ano a ano.

A baixa competitividade de nossa indústria situa o Brasil entre as economias complementares, subsidiárias e subalternas na divisão internacional do trabalho.

País ascendente, que chegou ao posto de oitava economia no mundo, patina diante do desafio de se afirmar como nação independente e soberana, capaz de competir no mercado internacional por méritos de sua própria indústria.

Não é problema simples, bem sabemos.

A competitividade envolve uma gama de fatores – da contínua incorporação de novas tecnologias ao sistema produtivo a um regime fiscal mais favorável.

Entretanto, a situação só tende a se agravar na medida em que o atual governo considera a questão secundária e aponta para uma maior flexibilização para a importação de produtos industrializados, incluindo a redução de alíquotas.

Um novo projeto nacional de desenvolvimento haverá de contemplar essa questão com corajosa abordagem política e diplomática e soluções técnicas adequadas e em tempo hábil.

Tarefa de uma ampla frente democrática, que venha a reconquistar as rédeas da nação e imprimir novo ciclo progressista.

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