China: a nova rota da seda e a
pandemia do COVID-19
Roberto Y Plá Trevas*
Em 2013, o
presidente Xi Jinping criou um novo programa econômico denominado Iniciativa
Cinturão da Nova Rota da Seda do Século XXI. A Rota tem como objetivo principal
construir uma rede de comércio e de infraestrutura conectando Ásia, Europa e
África para muito além das antigas rotas comerciais da antiga Rota da Seda, que
inclui a participação de 138 países das regiões acima mencionadas que se
encontram envolvidos em diversos projetos, notadamente na área de
infraestrutura.
Fazendo um
contraponto, nos encontramos em um mundo afetado pela pandemia de COVID-19, que
causa impactos violentos na economia mundial, com múltiplas variações.
Diferentes governos tem tomado medidas extraordinárias no sentido de garantir a
saúde aos cidadãos e de retomar o desenvolvimento socioeconômico pois, sem
dúvida alguma, os países em desenvolvimento são os mais afetados. Segundo as
instituições de fomento (BID – Banco Internacional de Desenvolvimento; BIRD –
Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento; FMI – Fundo Monetário
Internacional e Banco dos BRICS [Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul])
a crise atual será exponencialmente maior que a crise econômica mundial de 2008
e, quiçá, comparável à Grande Depressão de 1929.
A Nova Rota
da Seda atua em três eixos principais:
1) Eixo
Ferroviário: tem início em Xangai e Pequim, passando por Urumqi (Província de
Xinjiang), Astana (Cazaquistão), Novosibirsk (Rússia) e Moscou, até Madrid.
2) Eixo
Rodoviário: saindo de Pequim via Urumqi e Teerã até Istambul.
3) Eixo
Marítimo: saindo de Xangai, Ningbo (Província de Zhejiang), Sittwe (Myanmar),
Calcutá, Mumbasa, Suez e até Trieste
(Itália).
Durante a
pandemia tem ocorrido um rearticulação dos objetivos principais da Nova Rota da
Seda. Seus corredores e centros logísticos estão sendo utilizados para suporte
e apoio médico aos diversos países parceiros com vistas à ajuda mútua. Nesse
sentido, a República Popular da China tem realizado doações de equipamentos
médicos e enviado profissionais diversos a esses países parceiros, para a
prevenção e controle da pandemia. Vários países receberam grupos de
profissionais médicos, tais como: Irã, Iraque, Sérvia, Camboja, Itália,
Paquistão, Laos, entre outros. É de suma importância salientar que no primeiro
semestre de 2020, no decorrer da 73º Assembleia Mundial de Saúde da OMS
(Organização Mundial de Saúde), Xi Jinping anunciou que uma eventual vacina
chinesa contra o COVID-19 será considerada bem público mundial. O presidente garantiu US$ 2 bilhões para a
luta contra a pandemia, tratando-se de uma demonstração de grande relevância de
cooperação internacional, transferência de tecnologia e troca de experiências no enfrentamento às
graves questões sanitárias que impactam o mundo.
*Engenheiro
e especialista em Ciência Política pela UNICAP
BIBLIOGRAFIA
FGV DIREITO RIO. Núcleo de Estudos Brasil-China (Org. Evandro M.
Carvalho). Relatório de agosto/2020.
GAO, Qiao. Iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota” contribui para
recuperação da economia global. In: Diário do Povo Online. 15 de maio de
2020. <http://portuguese.people.com.cn/n3/2020/0515/c309814-9690955.html>
Acesso em setembro de 2020.
GREEN BELT AND ROAD INITIATIVE CENTER. Countries of the Belt and Road
Initiative. <https://green-bri.org/countries-of-the-belt-and-road-initiative-bri>
Acesso em setembro de 2020.
Veja: A amizade Brasil-China faz bem https://bit.ly/2Q4ub9W
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