Mulheres negras são as principais vítimas de homicídios; já as brancas
compõem quase metade dos casos de lesão corporal e estupro
Mais de um terço dos estados não divulga informações sobre a raça das
vítimas; mesmo entre aqueles que divulgam, o campo aparece como ‘não informada’
em boa parte dos registros. Especialistas apontam que mulheres negras têm mais
dificuldade em denunciar crimes e acessar serviços públicos de proteção na
pandemia.
Clara Velasco, Felipe Grandin, Gabriela Caesar e Thiago Reis, G1
Mais de um terço dos estados do país
não divulga a raça das mulheres vítimas de violência. E, mesmo entre os que
divulgam, os dados apresentam falhas, já que, em boa parte, o campo aparece
como “não informada”.
Considerando apenas os dados
disponibilizados de forma completa, os números apontam que cerca de 75% das
mulheres assassinadas no primeiro semestre deste ano no Brasil são negras. O
percentual diminui para quase 50%, no entanto, do total de vítimas de agressões
cometidas por companheiros em casa e estupros.
Os dados, inéditos, fazem parte de um
levantamento feito pelo G1 com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito
Federal.
O G1 solicitou as informações de raça
de todas as mulheres que foram vítimas de homicídio doloso (incluindo
feminicídio), lesão corporal em contexto de violência doméstica, estupro e
estupro de vulnerável no primeiro semestre de 2020.
O levantamento faz parte do Monitor da
Violência, uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o
Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Veja:
Um fator de agravamento da crise https://bit.ly/2X75FJ6
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