Diferenças estratégicas entre Flamengo e Palmeiras tornam jogo mais agradável
Time carioca prioriza ocupação do
campo adversário, e paulista, contra-ataque rápido
Tostão,
Folha de S. Paulo
Neste domingo
(11), se não aparecer
uma nova liminar, Flamengo,
campeão do Brasileiro,
e Palmeiras, campeão da Copa do Brasil, disputam o título da Supercopa.
O Palmeiras
não terá Luiz Adriano, infectado pela Covid-19. Ele, em
quarentena, levou a mãe ao supermercado e atropelou um ciclista.
Mais um jogador irresponsável.
Flamengo e Palmeiras possuem diferentes estratégias.
Isso torna o jogo ainda mais agradável. O Flamengo costuma pressionar, ter o
domínio da bola e do jogo e atuar, na maior parte do tempo, no campo
adversário. O Palmeiras prioriza a marcação um pouco mais atrás e o
contra-ataque rápido, com bolas longas. Mas a principal qualidade das duas
equipes é o talento dos jogadores, mais os do Flamengo.
Um jogo
parecido, pela estratégia, foi o clássico europeu entre Bayern e PSG. O Bayern,
como é habitual, dominou toda a partida, teve mais posse de bola e chances de
gol --fez dois--, enquanto o PSG ficou mais atrás, fez três gols e
contra-atacou, ao utilizar duas linhas de quatro recuadas e dois no ataque. Dois craques,
Neymar e Mbappé, ideais para enfrentar o time alemão, que
avança e deixa espaços na defesa.
Na terça-feira
(13), os dois times devem manter a postura, mas o resultado pode ser outro. O
confronto continua indefinido, sem favorito.
Lewandowski
deve ficar novamente fora. Fez falta. No PSG, Marquinhos, que se contundiu
durante o jogo, provavelmente também estará ausente. Marquinhos já merece estar
na lista dos melhores zagueiros do mundo.
Neste
domingo, tem outro clássico, entre Cruzeiro e Atlético, pelo Campeonato
Mineiro. São cem anos de história. O Atlético possui
melhores jogadores, mas, diz o chavão que "clássico é clássico" e
"que não há favorito". Não é bem assim. Em todo o mundo, os melhores
ganham mais vezes os clássicos. De 1965 a 1970, após a inauguração do Mineirão,
o Cruzeiro, que era muito superior, venceu quase todas as partidas contra o
Galo.
Antes do Mineirão, o clássico mais importante em Minas, chamado Clássico das Multidões, era entre Atlético e América. Cruzeiro e Atlético também pegava fogo. Em uma das partidas, no Independência, houve um grande tumulto, todos os jogadores foram expulsos, mesmo quem tentou apartar. Foi minha única expulsão na carreira. Perdi o direito de ganhar o Troféu Belfort Duarte, dado, na época, aos atletas que ficavam pelo menos dez anos sem serem expulsos.
Em outro
clássico, também no Independência, houve, antes da partida, uma disputa entre
os pais de santo dos dois times. Fumaça e pássaros subiam das mandingas. Os
torcedores vibravam. Falam que deu empate.
Em 1967, no
Mineirão, todos os jogadores do Atlético, bastante nervosos, foram expulsos por
agredirem o árbitro, após a marcação de um pênalti para o Cruzeiro. A partir de
1970, o Cruzeiro caiu, e o Atlético formou ótimos times, como o que foi campeão
brasileiro de 1971, e melhor ainda o que teve, anos depois, Reinaldo, Luizinho,
Cerezo e Éder.
Nos últimos 50
anos, Cruzeiro e Atlético passaram a fazer parte, com regularidade, das grandes
equipes brasileiras. O clássico, que era mineiro, tornou-se também nacional.
Brevemente, quem sabe veremos mais um clássico pela Série A do Brasileiro?
As rivalidades
são essenciais e fortalecem o futebol, desde que não sejam justificativas ou atenuantes
para a violência, dentro ou fora de campo. É preciso melhorar a qualidade do
espetáculo. Somente assim o futebol vai evoluir, se tornar mais rentável e
prazeroso.
Uma dica de leitura para quem
gosta de Ariano Suassuna https://bit.ly/3whh2hh
Nenhum comentário:
Postar um comentário