23 setembro 2022

Voto útil pode decidir

Voto útil: um a cada cinco eleitores de Ciro ou Tebet trocaria candidato para evitar segundo turno, diz Datafolha

Entre os apoiadores do pedetista que admitem rever escolha, 38% afirmam que poderiam migrar para Lula, enquanto 18% optariam por Bolsonaro; no caso da senadora, índices são de 34% e também 18%, respectivamente
O Globo

 

pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira, encomendada pela "Folha de S. Paulo" e pela TV Globo, auferiu o quanto os brasileiros estão dispostos a mudar seus votos para presidente com o intuito de evitar um possível segundo turno. De acordo com o instituto, 11% dos eleitores responderam que admitem uma troca de candidato para encerrar a disputa já no dia 2 de outubro. O percentual, porém, é mais alto quando considerados apenas os simpatizantes de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), que vêm dividindo a terceira posição nas principais pesquisas, em situação de empate técnico. Considerando somente esse grupo, uma em cada cinco pessoas ouvidas pelo Datafolha afirma, a menos de dez dias da eleição, que existe a hipótese de aderir ao chamado voto útil com o objetivo de impedir o segundo turno.

O instituto fez a seguinte pergunta aos eleitores: "Você mudaria o seu voto para presidente para que o candidato que estiver à frente nas pesquisas vença a disputa no primeiro turno?". Entre os que votam em Tebet, 22% responderam que "sim, mudaria", ante 21% dos ciristas. Para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o índice é de 11%, contra 6% relativos a Jair Bolsonaro (PL). A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

O Datafolha também apontou que 81% dos entrevistados asseguraram que estão totalmente decididos sobre as próprias escolhas, contra 18% que ainda cogitam mudar de candidato. No recorte que abrange todos os "voláteis", 21% apontam Lula como segunda opção, enquanto 20% optariam por Ciro, e 15% por Bolsonaro. Neste caso, a margem de erro é de três pontos, o que coloca os três nomes em situação de empate técnico, no limite do índice para o atual chefe do Executivo e o petista. Tebet soma 13% e está tecnicamente empatada com Bolsonaro.

Entre os ciristas "voláteis", 38% citam Lula como possibilidade alternativa, e 18% caminhariam em direção a Bolsonaro. Outro 13% ficariam com Tebet. No caso da emedebista, os dois primeiros números ficam em 34% e novamente 18%, respectivamente, enquanto 19% a trocariam pelo pedetista.

Outro dado preocupante para a campanha de Ciro, que vem dando seguidas declarações recriminando a ofensiva petista pelo voto útil, é a fatia de seus eleitores que se dizem totalmente decididos, correspondente a menos da metade do total. Além disso, o índice oscilou para baixo em relação ao levantamento anterior do Datafolha, divulgado uma semana antes: eram 48%, agora são 46%, enquanto os que respondem que "o voto ainda pode mudar" passaram de 52% para 54%.

Já os simpatizantes de Tebet caminharam no sentido oposto entre as duas pesquisas: o percentual dos que podem mudar o voto, que era idêntico ao de Ciro (52%), caiu para 43%, 11 pontos abaixo do índice do pedetista. Já os que se dizem inteiramente convictos acerca da escolha pela senadora subiram de 48% para 57% no período. O grau de certeza, entretanto, é muito maior quando se trata dos dois líderes das pesquisas. No caso de Lula, ele é de 87%, contra 12% que ainda podem mudar de ideia. Entre os bolsonaristas, são 88% e 11%, respectivamente.

A dez dias das eleições, considerando os números gerais, Lula soma 47% das intenções de voto no primeiro turno. Bolsonaro está agora 14 pontos percentuais atrás e tem 33%. Ciro Gomes (PDT) tem 7% e está tecnicamente empatado com Simone Tebet (MDB), que soma 5%. O percentual de intenções de voto em Lula variou dois pontos para cima em relação aos 45% que marcava há uma semana, enquanto os votos em Bolsonaro não oscilaram. Considerando apenas os votos válidos, o petista aparece com exatos 50%, com possibilidade de que o pleito seja decidido em primeiro turno.

O Datafolha entrevistou presencialmente 6.754 eleitores de todo o país entre os dias 20 e 22 de setembro. A pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos e está registrada na Justiça Eleitoral com o código BR-04180/2022.

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