31 outubro 2007

2008 na pauta

Jornal do Commercio:
PCdoB com candidaturas definidas
Partido já tem pronta sua estratégia para as eleições municipais. Terá candidato em pelo menos 16 capitais, incluindo o Recife

O PCdoB quer transformar as eleições de 2008 em carro-chefe para o reposicionamento político da legenda no País. Sempre exercendo papel de coadjuvante nas alianças político-eleitorais, os comunistas decidiram adotar uma ousada estratégia no pleito do próximo ano. O partido garante já ter confirmadas candidaturas próprias em 14 capitais, inclusive no Recife, com o vice-prefeito Luciano Siqueira.

De acordo com a prefeita de Olinda, Luciana Santos, em muitos desses casos os comunistas irão caminhar sem a companhia de um aliado histórico, o PT. É o caso de Porto Alegre, onde a pré-candidata da legenda, deputada federal Manuela D’Ávila, aparece bem colocada nas pesquisas. “No Recife também não abrimos mão da candidatura de Luciano (Siqueira). O PT tem nomes colocados. Então é possível que fiquemos separados no primeiro turno”, afirma a prefeita, explicitando a estrátégia do partido: “A proposta é ter o maior número possível de candidaturas. Temos nomes certos em 14 capitais, mas podemos chegar a 16. E muitos deles em condição de vitória”.

O grito de independência do PCdoB começou a ser desenhado em maio passado, quando a Comissão Nacional de Organização se reuniu e traçou que o partido adotaria uma linha mais autônoma nas próximas eleições. Em 2004, o PCdoB elegeu 10 prefeitos em todo o Brasil, mas nenhum em capital. Também foram eleitos 28 vice-prefeitos, dos quais cinco em capitais – Recife (PE), Rio Branco (AC), Macapá (AP), Boa Vista (RR) e Aracajú (SE). “Seremos um dos partidos com o maior número de candidatos nas capitais”, explica Luciana Santos.

Após o encontro de maio, o secretário nacional de Organização do PCdoB, Walter Sorrentino, garantiu, ao detalhar a estratégia de crescimento da sigla, que a intenção não é ser antipetista, mas, sim, “trilhar caminhos diferenciados”. Segundo ele, a proposta é analisar o quadro município por município, evitando maiores desarranjos políticos. “Não queremos a tática do isolamento, mas ser mais do que bons aliados”, disparou, à época, o secretário.

Mas a proposta de fortalecimento do PCdoB também passa pela manutenção das prefeituras hoje ocupadas pela legenda. É diante desse quadro que a prefeita Luciana Santos já firmou posição: o partido terá candidato à sua sucessão, independentemente das alianças. A comunista trabalha com três nomes para substituí-la, o deputado estadual Luciano Moura, o deputado federal Renildo Calheiros e o secretário da Fazenda e de Administração do município, Marcelino Granja. Sobre a hipótese de apoiar o seu vice-prefeito, o petista Paulo Valença, Luciana evita maiores comentários. “Teremos candidatura própria em Olinda”, responde.

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