18 maio 2009

Bom dia, Malungo

Tempo ácido

No bairro dos Coelhos
becos e vielas
trafegam dentro de mim

e me embrenho
pela rua da Glória:

meio torto, meio saudoso
daquilo que nunca vivi

a Cilpe em frangalhos:
escombros, ruínas,
ferros retorcidos,
desemprego

e o leite derramado
escorrendo pelo Capibaribe

nas margens do rio,
palafitas à margem de tudo

as lágrimas azuis das crianças
enferrujando
a velha ponte de ferro

Um comentário:

Leonardo Chaves disse...

Olá Sr. Luciano, o senhor já viu o vídeo que foi feito a partir deste poema de Malungo? ele está publicado no Interpoética e nesta página no Youtube:
http://br.youtube.com/sospoema
Gostaria de dizer que achei muito bom todas essas referencias a poetas aqui em seu blogue.
E tenho muita admiração por sua figura.