18 setembro 2011

A prosa poética de Virgínia Barros

ando onde há espaço.
Virgínia Barros, em seu blog:

A culpa foi daquela curva, aquela curva desgraçada. De tão semelhante, parecia que eu acabara de sair da BR 232 e ia rumo à rodovia que passa em frente à reitoria da UFPE. Então eu seguiria adiante, entraria à direita na Caxangá, passaria pela Praça do Derby e, em pouco tempo, estaria em casa. A imaginação tem este poder de nos levar aonde ela bem entender, sem pedir licença.

Mas era apenas o caminho para o aeroporto de Brasília, cidade que em nada ou em pouca coisa se assemelha ao meu Recife. Sem praia, sem umidade e sem o sotaque gostoso dessa gente que fala alto e abraça forte.

Não que não esteja sendo maravilhoso descobrir o Brasil. Convivendo com gente de todo canto, vou me tornando um bocadinho de cada lugar - mais Brasil, mais essa riqueza de gente mestiça e generosa. O problema é a falta do travesseiro geladinho e com cheiro de shampoo de mãe, que acaba com o coração da gente.

“Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
- Meu tempo é quando”

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