19 abril 2013

Números que a oposição ignora

A torcida contra faz ouvido de mercador
Luciano Siqueira

Publicado no portal Vermelho www.vermelho.org.br
 
A turma do contra parte de uma premissa tão simples quanto falsa: o Brasil é inviável; logo, tem que sair tudo errado. Por consequência, se a despeito da crise global – que afunda na incerteza e na regressão social “os que dão certo”, feito os países centrais da Europa -, resistimos e vamos em frente, os arautos do pessimismo sapecam defeito em tudo, todos os dias, a todo instante. Quanto pior, melhor – porque assim pode surgir ambiente favorável à oposição, ávida por uma brecha por onde possa inviabilizar a continuidade do projeto nacional em curso.

Um dos fatores determinantes do cenário do pleito presidencial vindouro é o despenho da economia. A maioria do eleitorado tende a votar em defesa do que está estabelecido, desde que esteja lhe favorecendo. E o crescimento econômico brasileiro, apesar de fragilidades e distorções, tem incorporado milhões de brasileiros ao sistema produtivo e ao mercado. Vale dizer, tem melhorado a vida de muita gente.

É o que apavora os do contra, que se inquietam com a informação divulgada (sem nenhum alarde) de que, segundo o presidente Luciano Coutinho, os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nos primeiros três meses deste ano alcançaram R$ 37,2 bilhões, crescendo 52% na comparação com mesmo período do ano passado. Segundo ele, “este foi o melhor primeiro trimestre da história do BNDES e que este desempenho mostra expressiva recuperação dos investimentos na economia brasileira.”

A indústria compareceu em 36% dos desembolsos, com R$ 13,5 bilhões e alta de 109% em comparação com o total do mesmo período do ano passado. As micro, pequenas e médias empresas absorveram R$ 15,1 bilhões, mais de 50% em relação ao primeiro trimestre de 2012, revelando dinamismo na microeconomia.

Outra informação que desgosta a turma do contra diz respeito à pressão inflacionária. É verdade que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dos últimos 12 meses ultrapassou em março o teto da meta de inflação estabelecido pelo governo. Segundo o IBGE, atingiu 6,59%, mais do que os 6,5% da meta, sobretudo em razão da alta dos preços dos preços dos alimentos e da moradia. Mas a previsão é de que esse índice caia nos próximos meses.

O otimismo se baseia no IPCA de março, que ficou em 0,47%, contra 0,60% em fevereiro – menos do que os 0,5% esperados pelo mercado. E vem aí uma safra agrícola generosa, reduzindo a pressão sobre os alimentos.

Ouça as rádios, veja o noticiário na TV, leia o blogueiros do contra: alguém se deu ao trabalho de comentar essas informações? Nada! As miriams, os kennedys, sardenbergs e noblats fazem de contas que não leram. E prosseguem a cantilena pessimista e a defesa tendenciosa e comprometedora em favor da alta dos juros como medida heroica (sic) anti-inflacionária. A serviço do setor rentista, que resiste aos esforços do governo por uma política de juros que favoreça o financiamento da produção, estimule o consumo e continue alargando o mercado interno.

Mas, como diria o amigo Epaminondas, não adianta tapar o sol com a peneira. Entre o fetiche midiático e a realidade concreta do seu dia a dia, o povo sabe de que lado está.

Nenhum comentário: