Os vendedores de vento e o sabão de coco
As
exigências do grande capital rentista para não promover uma guerra de classes
contra os governos de coalizão sob a liderança do Partido dos Trabalhadores
foram três questões tidas como dogmas macroeconômicos na economia do mercado
global: metas de inflação, câmbio flutuante, superávit primário nas contas
públicas.
Mesmo assim e apesar disso o País assiste a uma fuzilaria através da grande mídia nacional e respectivas matrizes norte-americanas, inglesas, contra as medidas adotadas pela presidenta da República, ações concretas que provocam a queda sistemática dos juros, acusando o governo de interferência nas leis do mercado, “alertando sobre os perigos de surto inflacionário iminente”.
Como remédio ao suposto fantasma inflacionário rondando os lares dos brasileiros propõe-se a receita neoliberal ortodoxa, ou seja, novas altas dos juros básicos (taxa Selic) e como sinal de que não estão blefando, agências globais reforçam a iniciativa através do rebaixamento das classificações de risco dos bancos públicos do País.
De acordo com a revista Resenha Estratégica os especuladores financeiros nem se dão ao trabalho de amenizar o profundo desprezo às amplas camadas sociais, propondo frear o crescimento econômico, precário devido à insuficiência de investimentos em infraestrutura e à crise capitalista, gargalos, não só os únicos, a um grande salto no desenvolvimento.
Já um ex-diretor de assuntos internacionais do Banco Central, declarou que “a saída é frear a economia, é demitir mesmo. Não se faz omelete sem quebrar os ovos”.
Na linha contrária, coisas da História, está, entre muitos, o ex-ministro, economista Delfim Neto para quem essa mídia, o capital rentista são “vendedores de vento, da riqueza imaginária, os derivativos cáusticos, espremidos pela baixa do juro, dependendo de alta da Selic para manter lucros estratosféricos ludibriando pequenos investidores, setores médios, propondo aos mais pobres que voltem a tomar banho com sabão de coco”.
A grande mídia, o capital rentista, impuseram ao País uma agenda fragmentária, com alguns temas auto justificáveis, mas diversionista em questões cruciais da nação. Promovem a chantagem econômica, a evidente tentativa da dispersão política, exigindo como solução o firme combate por um projeto nacional soberano estratégico, a intensa luta pela unidade e a emancipação social do povo brasileiro.
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