01 julho 2015

A direita sem subterfúgios

Guerra aberta, vísceras à mostra

Luciano Siqueira, no Blog da Jamildo/portal ne10

Em clima de relativa "paz", assim considerado quando se verifica um equilíbrio de forças, a luta política persiste, ora branda, ora acirrada,  porém em nível contido e "civilizado".
Foi assim nos três primeiros governos liderados pelo PT, desde 2003, com um momento de "guerra aberta" na chamada crise do mensalão. 
Agora, nos primeiros meses do segundo governo Dilma, sob a confluência de terríveis desequilíbrios na economia - no mundo e aqui - e instabilidade institucional (envolvendo os três poderes da República), novamente o País experimenta um estado de "guerra aberta". Em campo minado.
As forças que governam, sob a liderança do PT, amargam uma relativa dispersão e mesmo, em certas áreas, o esgarçamento.
As oposições, derrotadas pelo quarto pleito presidencial consecutivo, põem-se na ofensiva em busca de inviabilizar o mandato da presidenta.
Se antes o leque de mudanças em curso e os humores predominantes na sociedade em geral inibiam posições mais à direita, agora o dique se rompeu e o consórcio oposicionista  - partidário e midiático - introduz uma agenda regressiva e ultraconservadora.
É como se as vísceras da direita estivessem abertas.
Da ruptura democrática, mediante extemporânea tentativa de impeachment, e das subversões da ordem jurídica na Operação Lava Jato à redução da maioridade penal, passando pela tentativa de inviabilizar a engenharia e a industrial nacional, poucas vezes em nossa História se viu uma gama de proposições tão retrógradas.
Mais: sob o manto hipócrita de suposto combate à corrupção, mira-se o PT, a presidenta Dilma e o ex-presidente Lula imputando-lhes a origem de todos os malfeitos verificados na esfera institucional. 
Entretanto, no Congresso Nacional, impedem que a desencontrada reforma política inclua a extinção do financiamento empresarial privado de campanhas eleitorais - instrumento radical, isto sim, de efetivo combate à corrupção. 
Em tais circunstâncias, o embate entre forças diametralmente opostas implica hercúleo confronto no terreno das ideias, para que a população possa distinguir o joio e o trigo e se posicionar pela continuidade das mudanças ou pelo retrocesso. 

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