30 julho 2015

Inovação & progresso

Do tereré à bioeconomia

Aldo Rebelo, no portal Vermelho

A arte de tomar tereré, o mate frio declarado patrimônio imaterial de Mato Grosso do Sul, costume ancestral dos índios guaranis e logo abençoado pelos missionários jesuítas, consistia, originalmente, em sugar o líquido da guampa através de ossos ocos de animais ou finas taquaras.
A seguir vieram sucessivos aperfeiçoamentos dessa bombilha, como um canudo artesanal de bambu e a bomba de metal dotada de filtros que evitam a passagem dos resíduos da erva. A evolução do artefato demonstra como a inovação tecnológica de materiais e processos está presente nos objetos e gestos mais simples do dia a dia.
Desde sempre e hoje, a inovação é instrumento do progresso. Governos e empresas de todos os países investem em novidades que dinamizam processos industriais e do setor de serviços e terminam por facilitar a vida das pessoas. Nesse ambiente se inaugura hoje a 1.ª Reunião do Fórum de Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul, com vistas a aparelhar o Estado de infraestrutura material e recursos humanos, visando ao desenvolvimento material e bem-estar de sua população e de todos os brasileiros.
O Poder Público desempenha um papel central no incentivo à pesquisa científica e tecnológica e nas iniciativas da inovação. É o que tem feito o Governo Federal, por meio de programas de subvenção, financiamento e articulação de parcerias. Foi o que fizeram os países mais desenvolvidos para construir a sociedade do conhecimento. Muitos produtos que hoje são ícones da era moderna não nasceram da poupança de seus inventores, mas foram financiados com verbas públicas.
Daí a importância, em sua escala, de Mato Grosso do Sul assumir a tarefa estratégica de ser protagonista no caro e incerto ramo das pesquisas, em associação com centros tecnológicos, universidades e iniciativa privada. Conquistas na indústria e em serviços estão no horizonte, pois se verifica a emergência de uma seleta bioeconomia nas cadeias produtivas do boi, cana, celulose e outras. Mas, usando com argúcia as vantagens comparativas, a agropecuária sobressai na economia estadual. E todo avanço tecnológico disponível já é usado nos ciclos da produção – da biotecnologia à gestão integrada dos negócios. O resultado é que soja e boi abrem e consolidam fronteiras de desenvolvimento. A semente da Ásia, introduzida no Brasil pela sensibilidade dos poetas Raul Bopp, quando era diplomata no Japão, e Patrícia Galvão, a Pagu, tem sido incompreendida tanto quanto a civilização do boi que lastreou a formação social brasileira. Fato é que boi e soja espalham riqueza em seu entorno.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) associa-se ao esforço de Mato Grosso do Sul para acelerar a articulação de uma economia dinâmica a partir de avanços na Ciência, Tecnologia e Inovação. De 2003 a 2014, o MCTI investiu no Estado R$ 233,3 milhões em bolsas de estudo e pesquisa, fomento e transferências de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Ao longo do Fórum serão contratados novos projetos de pesquisa e inovação entre a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Mato Grosso do Sul.

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