21 julho 2015

Em defesa da democracia

Governadores na contraofensiva do golpismo

Luciano Siqueira, no Blog da Folha

Na história política de uma nação há correntes de pensamento que se fazem duradouras, e mesmo permanecem - ora latentes, ora explícitas, conforme as circunstâncias. Para o bem ou para o mal.
No Brasil, o udenismo golpista é uma corrente rediviva. 
A UDN (União Democrática Nacional), fundada em1945 e extinta com o golpe militar de 1964, opunha-se a ferro e fogo às posições à esquerda e ao nacionalismo emergente. 
No plano econômico, o liberalismo clássico e a abertura ao capital estrangeiro. 
No plano político, apoiado na elite dominante e em parcelas expressivas dos setores médios e com respaldo midiático, tendo perdido o pleito presidencial por três vezes sucessivas, as duas primeiras com o brigadeiro Eduardo Gomes e a terceira com o general Juarez Távora, recorreu à subversão da ordem institucional como meio extremo de superar a falta de votos pelo golpe. Contra Getulio, Juscelino e Jango.
Eram as vivandeiras dos quartéis. 
Qualquer semelhança com o PSDB, hoje, não é mera coincidência. A ânsia em interromper o mandato constitucional da presidenta Dilma, mal tendo completado seis meses de governo, idem.
Daí a importância do manifesto divulgado pelos nove governadores do Nordeste, sexta-feira última, em Teresina, em apoio à presidenta Dilma, em defesa da Constituição e em repúdio às manobras golpistas.
No manifesto, os mandatários nordestinos assinalam que "povo brasileiro fez uma opção em 2014, a quem confiou governar o Brasil. No mesmo momento em que elegeu todos nós, governadores e vices para governar os nossos Estados”, e que o "mandato de quatro anos determina um prazo para que os compromissos de campanha sejam cumpridos, para que os desafios sejam vencidos, os ajustes sejam feitos, os projetos sejam implementados e os resultados sejam colhidos”.
Mais: consideram “incabível qualquer tipo de interrupção do mandato da presidenta Dilma Rousseff, já que não há motivo jurídico para tanto”.
O PSDB e as oposições à direita, udeno-golpistas, enxergam o Brasil com o olhar do grande capital rentista, como dizia Miguel Arraes, "a partir da Avenida Paulista".
Os governadores do Nordeste enxergam o Brasil com o olhar de uma região plasmada na resistência e que a muito custo vem encontrando o caminho de sua redenção. 
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