Alberto Burri
Cuidado com o andor que o Diabo está vivo
Luciano Siqueira
Os embaraços do capitão presidente e seu governo, antes mesmo de completar um mês de instalado, surpreendem pela rapidez e pelo potencial corrosivo.
Mas é precipitado que alguns analistas declarem natimorto o presidente recém-empossado.
Os que assim de posicionam não alcançam a dimensão da derrota eleitoral de outubro passado, nem compreendem a natureza do poder no Brasil no formato atual. Nem se dão conta de que a oposição ainda engatinha.
Sobretudo subestimam os poderosos interesses em jogo, daqui e de fora do país, em torno da agenda ultra liberal do governo.
Dai importa não confundir, por exemplo, as escaramuças do sistema Globo - desgastantes para o governo - com o descompromisso desse complexo midiático com o cumprimento da agenda econômica.
O mau humor do capitão presidente em relação à Globo e a visível preferência pelas Redes Record e SBT causam conflitos, mas não a ponto dos Marinho se bandearem para a oposição.
Nenhum dos interessados na dita agenda cometeria a asneira de deixar cair Bolsonaro, pois reza a Constituição que, se tal viesse a acontecer no espaço de vinte e quatro meses desde a posse, novo pleito presidencial seria convocado, pondo em risco os frutos das urnas de outubro.
Ou, pior, uma ruptura da ordem institucional.
Na verdade, por mais atabalhoada que seja a conduta do presidente, expondo o Brasil ao ridículo perante o mundo, há muita lenha a queimar. Ou seja, muitos são os mecanismos pelos quais é possível manter o capitão onde está, tocando o governo através de estruturas que abrigam quadros capazes de fazer a roda girar.
Demais, o ambiente no qual se desenrolam as contradições no interior do governo – muito longe ainda dos 100 graus centigrados - e os desgastes prematuros diante da opinião pública não têm peso para alterar a correlação de forças na sociedade.
Por outro lado, a dispersão ainda é a marca na oposição, onde projetos partidários exclusivistas estão postos acima da defesa comum da democracia, dos direitos do povo e da soberania do país. Infelizmente.
Então, melhor evitar arroubos inconsequentes e seguir, na análise e na atitude, o ritmo adequado na condução do andor, pois o Diabo está vivo, tem muita força e gordura para queimar.
Luciano Siqueira
Os embaraços do capitão presidente e seu governo, antes mesmo de completar um mês de instalado, surpreendem pela rapidez e pelo potencial corrosivo.
Mas é precipitado que alguns analistas declarem natimorto o presidente recém-empossado.
Os que assim de posicionam não alcançam a dimensão da derrota eleitoral de outubro passado, nem compreendem a natureza do poder no Brasil no formato atual. Nem se dão conta de que a oposição ainda engatinha.
Sobretudo subestimam os poderosos interesses em jogo, daqui e de fora do país, em torno da agenda ultra liberal do governo.
Dai importa não confundir, por exemplo, as escaramuças do sistema Globo - desgastantes para o governo - com o descompromisso desse complexo midiático com o cumprimento da agenda econômica.
O mau humor do capitão presidente em relação à Globo e a visível preferência pelas Redes Record e SBT causam conflitos, mas não a ponto dos Marinho se bandearem para a oposição.
Nenhum dos interessados na dita agenda cometeria a asneira de deixar cair Bolsonaro, pois reza a Constituição que, se tal viesse a acontecer no espaço de vinte e quatro meses desde a posse, novo pleito presidencial seria convocado, pondo em risco os frutos das urnas de outubro.
Ou, pior, uma ruptura da ordem institucional.
Na verdade, por mais atabalhoada que seja a conduta do presidente, expondo o Brasil ao ridículo perante o mundo, há muita lenha a queimar. Ou seja, muitos são os mecanismos pelos quais é possível manter o capitão onde está, tocando o governo através de estruturas que abrigam quadros capazes de fazer a roda girar.
Demais, o ambiente no qual se desenrolam as contradições no interior do governo – muito longe ainda dos 100 graus centigrados - e os desgastes prematuros diante da opinião pública não têm peso para alterar a correlação de forças na sociedade.
Por outro lado, a dispersão ainda é a marca na oposição, onde projetos partidários exclusivistas estão postos acima da defesa comum da democracia, dos direitos do povo e da soberania do país. Infelizmente.
Então, melhor evitar arroubos inconsequentes e seguir, na análise e na atitude, o ritmo adequado na condução do andor, pois o Diabo está vivo, tem muita força e gordura para queimar.
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