Como
Pernambuco superou a tragédia e avançou no Meio Ambiente
José Bertotti
Em artigo para o Vermelho,
José Bertotti, secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco,
faz um balanço das ações ambientais do governo Paulo Câmara/Luciana Santos.
Além de enfrentar a maior desastre ambiental na história do Nordeste – o
vazamento de óleo no litoral –, sua Secretaria ampliou parcerias e ações ao
longo do de um ano que foi marcado pela superação.
Encerramos um ano de muito trabalho.
Antes de tudo, 2019 pode ser resumido nessa palavra: superação! Um período
marcado pelo negacionismo, o anticientificismo e o desmonte feroz da política
ambiental por parte do governo federal.
O
ano foi particularmente desafiador pelo claro agravamento das mudanças do
clima, com o meio ambiente dando sinais explícitos de que chegamos no ponto
crítico para tomar medidas que consigam minimizar os seus efeitos.
Pensando
nisso, decidimos fortalecer a Política do Clima em Pernambuco. A partir do
Fórum Pernambucano de Mudanças do Clima, demos mais espaço e voz às
universidades, aos governos municipais, aos movimentos ambientalistas e à
sociedade civil em geral.
Avançamos
na aproximação com países parceiros e instituições internacionais, a exemplo da
Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ) e da Agência Francesa de
Desenvolvimento (AfD), que possuem muitos interesses comuns e que fortaleceram
ou deram origem a possibilidades de cooperação em ações de mitigação e
adaptação à política do clima no Estado.
Com
a China, promovemos o Seminário sobre Mudanças do Clima e Energias Renováveis,
numa parceria com o Consulado Geral no Recife. Tivemos a oportunidade de
conhecer as políticas da China para reduzir a poluição do ar e os impactos ao
meio ambiente que vem revolucionando o desenvolvimento desse país nas últimas
duas décadas e discutir de que maneira podemos trazer essa experiência para
Pernambuco.
Foram
abertas frentes de diálogo alinhadas à promoção de uma economia de
baixo-carbono. Como sempre afirma o governador Paulo Câmara (PSB-PE), o
desenvolvimento que queremos para o nosso estado, para o Brasil e para o mundo
é o desenvolvimento sustentável, onde exista o ganho econômico, mas também as
conquistas sociais e a conservação do meio ambiente.
Pernambuco
protagonizou o debate ambiental. Quando representamos o Consórcio de
Governadores do Nordeste na Climate Week em Nova York, criamos duas novas
Unidades de Conservação no bioma Caatinga (Serras Catingueiras e Serra do Giz)
e lançamos o Primeiro Inventário de Gases de Efeito Estufa do Estado – uma
ferramenta que será essencial para traçarmos metas de redução desses gases
poluentes. Sediamos a Conferência Brasileira de Mudança do Clima, promovendo um
debate nacional e apontando soluções para se cumprir o Acordo de Paris.
Realizamos
novas ações de combate à desertificação no semiárido pernambucano com a
construção de fogões agroecológicos e equipamentos de saneamento básico, além
de Módulos Produtivos em comunidades rurais. Iniciamos a elaboração de 41
planos de manejo das unidades de conservação estaduais. Garantimos a compra da
sede do Centro de Triagem de Animais Silvestres, instituímos a Política de
Educação Ambiental e desenvolvemos a plataforma digital “Ambiente +”, para, em
2020, atender às escolas de tempo integral. A legislação do plástico zero em
Noronha também está entre os muitos êxitos alcançados ao longo do ano.
Em
meio a essas conquistas, enfrentamos o maior desastre ambiental que já atingiu
o litoral do Nordeste brasileiro. Diante da omissão do governo federal – que
demorou a acionar o Plano Nacional de Contingência para acidentes com óleo –, o
governador Paulo Câmara estabeleceu um comitê de crise logo após a chegada das
primeiras manchas de petróleo cru, envolvendo os diversos órgãos do Estado e um
grande contingente de servidores, para minimizar os impactos dessa tragédia que
atingiu as nossas praias.
Fechamos
o ano com a participação de Pernambuco na COP 25, em Madrid. O evento
originalmente deveria ter ocorrido no Brasil, mas teve sua realização rechaçada
pelo atual governo federal.
Importante ressaltar o engajamento dos governos
estaduais de todo o Brasil, além da presença maciça da sociedade civil, da
comunidade científica e do protagonismo de povos indígenas e de outras minorias
para reafirmar o compromisso brasileiro com as metas de Paris.
Não
restam dúvidas sobre o papel dos governos subnacionais diante dessas questões
globais. Empresas, cidades, estados e organizações da sociedade civil são
atores da transição para uma economia de baixo carbono e precisam assumir a sua
parcela de responsabilidade. Encerramos esse ciclo com vontade de fazer mais! O
que buscamos, efetivamente, é o desenvolvimento de uma sociedade resiliente,
sustentável e próspera, em um mundo no qual caibam nossos sonhos e,
principalmente, inclua a todos e todas.
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