03 agosto 2008

Jackson do Pandeiro, presente!

No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
Patrimônio nacional
. Há vinte e seis anos, no dia 10 de julho de 1982, morria um dos grandes astros da música brasileira. Seu nome, José Gomes Filho, mais conhecido em todo o Brasil como Jackson do Pandeiro. Nascido na Paraíba, foi para o Rio de Janeiro fazer a vida de artista.
. Intérprete da alma do povo pobre e simples dessa grande nação, em especial da sua gente nordestina, sua carreira atingiu o reconhecimento nacional na década de 50, mas passou um longo tempo esquecido até vir a ser considerado como um dos maiores ritmistas da música brasileira, ao lado de Luiz Gonzaga e outros.
. Do samba carioca ao coco alagoano, Jackson do Pandeiro passeou pela música autenticamente popular, nascida ou reinventada pela miscigenação do nosso povo. Das origens portuguesa e africana, Jackson captou o verdadeiro espírito e sentimento do cidadão humilde e ganhou o respeito, o reconhecimento dos segmentos artísticos mais cultos da nação, como Gilberto Gil, Aldir Blanc, Alceu Valença, Chico Buarque de Holanda etc.
. João Bosco disse que sempre imagina como seria maravilhoso se esse pessoal do rock pauleira resolvesse gravar com influência do coco de Jackson. Alceu Valença declarou em entrevista que, para ele, Gonzagão é o Pelé da musica nacional e Jackson o nosso querido Garrincha.
. Fazendo alusão ao sincretismo urbano e rural, nordeste e sudeste, criado por Jackson desde a década de cinqüenta, Gilberto Gil, afirmou que ele se fez chiclete com banana, assim como a sua famosa música. Era uma figura simples e não tinha noção do seu papel na música brasileira, da sua genialidade.
. Foram cinqüenta e quatro anos de vida artística, grandes composições e interpretações, tais como: Forró em Limoeiro, Meu Enxoval, 17 na Corrente, Coco do Norte, o Velho Gagá, Sebastiana, O Canto da Ema, Chiclete com Banana, Um a Um, O Xote de Copacabana, uma homenagem à cidade maravilhosa que ele tanto admirou, e tantos outros inestimáveis títulos.
. Segundo os especialistas da área, Jackson tinha “uma voz que se pautava pela divisão rítmica e a disciplina da métrica, dominando uma técnica toda sua. Uma aguda sensibilidade, um dos maiores artistas do Brasil de todos os tempos”. De Porto Alegre a Manaus, de São Paulo ao Nordeste, Jackson do Pandeiro tornou-se, sem dúvida, um patrimônio da cultura nacional.

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