Eduardo Bomfim, no Vermelho
Na véspera da grande maré social que sacudiu a nação a linha da grande mídia hegemônica nacional vinha sendo pautada, de maneira alarmista, pelo “descontrole inflacionário em consequência dos gastos públicos do governo federal”, escondendo a sua verdadeira intenção: o retorno das altas taxas de juros visando a maior remuneração dos lucros do capital especulativo.
Quando eclodiram as passeatas essa mesma mídia hegemônica passou a incentivar a repressão policial contra os manifestantes notadamente em São Paulo e Rio de Janeiro mas logo entendeu que a luta em curso refletia forte insatisfação da sociedade com a mobilidade urbana, os serviços de saúde e a educação pública no Brasil.
O Planalto, governadores, prefeitos deram-se conta de que havia uma grave agenda nacional demandada pelos segmentos sociais especialmente os que compõem a maioria da população, secundarizada por uma nebulosa problemática multiculturalista global cuja gênese é auto justificável, mas transformada no alfa e o ômega das questões nacionais.
Iniciou-se daí uma batalha política, ideológica, campal onde grupos reacionários, provocadores tentaram canalizar a insatisfação social através do vandalismo, ódio aos partidos políticos, especialmente de esquerda, sindicatos, entidades estudantis, desestabilização dos movimentos sociais com o intuito de levar o País ao caos institucional. Caminhava-se para uma espécie de putsch ao mais clássico estilo nazifascista.
Os setores democráticos e patrióticos iniciaram a resistência nas ruas para buscar, ao lado do Movimento Passe Livre e outros, o caminho para as justas reinvindicações que foram incorporadas numa urgente agenda nacional proposta pela presidente da República sobre educação, saúde, transporte, contra a corrupção, um plebiscito sobre a reforma política.
Os grupos provocadores, a mídia reacionária vão tentar inviabilizar o avanço inadiável, gostam de pescar em águas turvas, não desejam a democracia. O próximo capítulo dessa novela arquitetada passo a passo, vai depender da permanente mobilização social, do nível de consciência do povo brasileiro em defesa do desenvolvimento, das mudanças exigidas pelo Brasil.
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