Exibicionismo planejado
Luciano
Siqueira
instagram.com/lucianosiqueira65
Percorro o olhar sobre as manchetes e descubro que um famoso casal, constituído por um cantor e uma atriz, tornou público o fim do matrimônio.
Ou seja, tomados pelo desamor tratam de anunciar ao mundo que já não são
um casal.
Por que não preservar a informação para os mais íntimos?
Porque o show business assim deseja, quer dizer, a fofoca é tão
importante que pode gerar algum tipo de empreendimento e, consequentemente, de
lucro. Para os que se separam e para a mídia especializada.
Hipótese pior e até degradante seria a de que o anúncio se presta a
abertura de ambos a novos relacionamentos, de preferência do padrão
recém-extinto: entre famosos.
Ainda na adolescência estranhava muito a existência dos paparazzi, que
perseguiam celebridades em busca de uma imagem íntima.
Igualmente achava esquisito que as tais celebridades não se escondessem
o suficiente para não ser flagradas. Parecia um jogo combinado: o fotógrafo
abelhudo ganhava uns bons trocados de revistas e jornais pelo flagrante obtido e suas supostas vítimas tinham o prestígio reforçado.
Ora, nos dias que correm esse mecanismo cúmplice certamente foi elevado
à enésima potência, pois além da mídia impressa mais intimidade divulgam em
fração de segundos nas redes digitais.
E assim o ex-casal pode se vangloriar de que levam vantagem mesmo quando
o amor fracassa.
Essa é a "modernidade" do tempo presente: discrição apenas
para gente comum, e olhe lá — se resistir à tentação de por a fofoca no story
ou no feed.
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Leia também: Face cruel da opressão de gênero https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/12/violencia-contra-mulher.html

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