Babel da aviação comercial
As coisas são mais complexas do que levam a supor a ligeireza de alguns “especialistas”, que dizem coisas desencontradas; o sensacionalismo superficial do noticiário (televisivo, sobretudo); e o oportunismo político de parlamentares e próceres oposicionistas que imaginam poder “faturar” em cima da crise.
Veja os jornais hoje: “170 pilotos e comissários desistem da TAM”, anuncia uma manchete. No texto, problemas de todos os lados.
. Inseguros e ansiosos, 170 pilotos e comissários da TAM recorrem à licença médica e demissão. A companhia reconhece, em comunicado interno, que a grade de vôos está ameaçada por falta de tripulação.
Ontem, o mau tempo em Congonhas, provocou o cancelamento e o atraso de mais de 50% dos vôos em todo o país. Argüindo medida de segurança, pilotos decidiram não mais pousar no Centro de São Paulo sob chuva. Para completar, o barranco na cabeceira da pista do aeroporto da tragédia despencou.
Nos EUA, deputados que acompanham as investigações sobre a caixa-preta, na pressa de aparecerem diante das câmeras de TV, divergEM QUANTO A informações a respeito das causas do acidente.
O governo, por seu turno, admite que as medidas anunciadas para enfrentar a crise poderão resultar em aumento no valor das tarifas aéreas.
O ex-presidente do BNDES Carlos Lessa, em entrevista ao JB, responsabilizou o ex-ministro Antonio Palocci pela falência da Varig e pelo agravamento da crise na aviação.
Nessa babel, o governo ainda está devendo uma ação abrangente e eficaz sobre os múltiplos problemas que envolvem, na atualidade, a aviação comercial brasileira.
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Um comentário:
Luciano,
há de fato é um grave problema de regulação do setor aéreo, além do problema com os controladores de voo. Grande sobreposição de órgãos sem que as responsabilidades sejam claras e a ausência de um que exerça a coordenação dos demaise que possa coordenar a logística do transporte aéreo. Isso permitiu, entre outras coisas, a concentração de operações em Congonhas e o esvaziamento de vários aeroportos regionais que deixaram de operar fazendo escalas. Não se trata apenas de dinheiro mas também de modelo de gestão. É um desafio para o governo resolver isso. Essa deveria ser a discussão a nortear a imprensa e os usuários do sistema, não uma caça as bruxas como nóa estamos assistindo.
abços
charles
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