19 julho 2007

A interpretação de César Rocha

No Blog da Folha, por César Rocha:
Luciano Siqueira: somar é preciso

Atenção pré-candidatos a prefeito do Recife ano que vem!

Olho vivo no vice-prefeito Luciano Siqueira, do minúsculo PCdoB.

É pouquíssimo provável que Siqueira consiga aglutinar os partidos aliados de Eduardo Campos (PSB) e João Paulo (PT) em torno de uma candidatura dele a prefeito.

Essa eleição, como dissemos aqui, é de vida ou morte para o PT.

Sem o Recife, os petistas viram coadjuvantes na cena política local, que cada vez mais será ocupada pelo PSB de Eduardo.

Portanto, esqueçam a possibilidade de o PT apoiar um candidato que não seja petista.

O PCdoB também não entrará em aventuras que enfraqueçam seus candidatos em Olinda, Camaragibe e Goiana.

Os comunistas vão querer o apoio do PT nesses municípios. E os petistas se aproveitarão disso para tirar Luciano Siqueira do caminho, tornando-o um aliado.

Os petistas até já andaram vendo as possibilidades. Uma delas é garantir apoio ao PCdoB fora do Recife e negociar com Eduardo Campos um espaço de destaque para Luciano Siqueira dentro do governo. Outra é lançá-lo como grande puxador de votos para vereador.

Mas Luciano pode acabar aproveitando uma brecha na conjuntura política e principalmente na divisão do PT.

Ele e Silvio Costa Filho (PMN) defendem a tese de que os aliados devem sair com mais de um candidato.

Só assim - afirmam - é possível combater os adversários, que estarão organizados e unidos em pelo menos duas candidaturas (Mendonça Filho, do Democratas, e Raul Henry, do PMDB).

Mas e por que é preciso ficar atento a Luciano?

Porque ele não está parado esperando uma definição. Movimenta-se com intensidade e, pior (pior para seus concorrentes), com leveza, sem prejudicar a unidade.

Veja esse caso da série de seminários que o PCdoB decidiu organizar sobre urbanismo, economia e gestão de cidades.

Haverá uma série de palestras sobre esses temas. Para elas estão sendo convidados não apenas especialistas, como Tânia Bacelar, mas também o pessoal dos partidos aliados.

No dia 8, por exemplo, o secretário João da Costa (PT), pré-candidato preferido de João Paulo, falará sobre democracia participativa.

Depois, o secretário estadual Fernando Bezerra Coelho, do PSB, falará sobre o novo ciclo de desenvolvimento econômico do Estado e os desafios das cidades. Outros serão convidados.

Conversei há pouco com Siqueira. Para ele, o seminário é uma forma de botar conteúdo no debate eleitoral e terá três subprodutos importantes:

Um documento reunindo todas as palestras; uma série de oficinas para elaboração de propostas concretas sobre cada tema; e o fortalecimento da unidade dos partidos.

Ou seja, o PCdoB segue no vazio dos que o subestimam, preparando plano de governo e buscando conquistar a simpatia dos aliados.

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