No Valor Econômico:
Tragédia de Congonhas tira fôlego do setor aéreo
. O trágico acidente com o Airbus da TAM, que provocou a morte de quase 200 pessoas em São Paulo, deve ter forte impacto econômico no setor aéreo brasileiro, que já se ressente das conseqüências da queda do Boeing da Gol, em setembro do ano passado. Ontem, as ações preferenciais da TAM foram as que mais caíram entre as do Índice Bovespa, 9,07%. As PN da concorrente Gol perderam 2,64%, a terceira maior queda, e as ON da Embraer, 1,37%, o oitavo pior desempenho. Vários bancos e corretoras, aqui e no exterior, que recomendavam investimentos no setor, resolveram revisar suas avaliações, prevendo queda nas receitas das empresas por conta do receio de voar que deve se seguir ao acidente no aeroporto de Congonhas.
. "Diferentemente do acidente da Gol, este coloca em cheque todo o setor e a infra-estrutura aeroportuária do país", afirma Eduardo Puzziello, analista da Fator Corretora, que está revendo as projeções para os papéis de TAM e Gol. Ele acha que a recuperação vai ser lenta, como ocorreu com o setor elétrico depois do apagão de 2001.
. O acidente de Congonhas também vai provocar um aumento dos preços dos seguros para a aviação brasileira e dificultar a colocação das apólices no exterior. Só a indenização das vítimas da TAM deverá custar às seguradoras cerca de R$ 180 milhões, segundo estimativas do mercado. Outros US$ 400 milhões devem ser gastos com a cobertura do casco da aeronave e a apólice de responsabilidade civil. Cerca de 90% dos custos desses sinistros serão de responsabilidade de resseguradoras no exterior. Isso, naturalmente, elevará o preço das novas apólices para as companhias brasileiras.
. Outra perda para o setor - "incalculável", segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih), Eraldo Alves da Cruz- é na área do turismo. Atrasos e o caos aéreo que se seguiram ao acidente da Gol levaram muitos brasileiros a evitar os aviões na hora de programar as férias. O aumento do número de passageiros nos aviões está sendo garantido pelas viagens de negócios, que crescem com a economia. Mas os pacotes de viagem de turismo caíram 15% no primeiro semestre em relação a igual período de 2006. Uma decepção para um setor que esperava aumentar as vendas em 10%.
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