De Luiz Arraes, médico e amigo, filho do ex-governador Miguel Arraes:
“Meu pai mantinha distância respeitosa e cerimoniosa com os poderosos. Sabia manter esta distância sem se negar ao diálogo; sempre necessário na arte da política, onde foi um mestre.
A diferença dele de outros se faz a meu ver pelo fato dele olhar e fazer olhar o homem do povo de igual para igual. Sabia ouvi-lo e sabia se fazer entender.
Meu pai era um homem simples. Simples e bom. Não era afeito a homenagens, como muitos disseram. As homenagens, no entanto, agora que ele se foi, não pode recair sobre a opinião de e sim pelo legado que ele e o julgamento da história.
Muitos acharam não apropriado a escolha de seu nome para completar o nome já consagrado da Avenida Norte. Os símbolos são o que são. Nós da família ficamos muito felizes com esta escolha.
Muitos disseram que esta homenagem "não pegaria". Pouco importa. Esta avenida iniciada por Pelópidas e concluída por meu pai, Miguel Arraes - é a ele que estou me referindo -, é o símbolo do fim do apartheid urbanístico que isolava as populações dos morros da zona norte dos outros bairros e do centro do Recife.
O importante é ele estar presente em nossas lembranças, em nossas preces e no coração do povo sofrido deste estado.
É com muita emoção que agradeço ao vice prefeito, Luciano Siqueira, por ter batalhado por esta escolha. Agradeço ainda o prefeito João Paulo por ter compreendido esta homenagem e tê-la transformada em realidade.
Luciano, amigo, sem palavras.”
Luiz Arraes
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