O povo brasileiro
Eduardo Bomfim, no portal
Vermelha
É grave a realidade política institucional açoitada
por ventos cortantes que partem dos mesmos lugares de sempre. Foi sendo
forjada, ao longo desses anos, pacientemente, laboriosamente, uma agenda
sobreposta aos reclamos prioritários do Estado brasileiro, da sociedade
nacional, tendo como vanguarda do atraso a grande mídia oligárquica nativa.
Essa
agenda nem é de longe original, grande parte dela, ou seu aspecto central,
vendo sendo testada e aplicada em vários continentes inclusive na América
Latina.
Ela
corresponde aos fundamentos ideológicos hegemônicos do capital financeiro
internacional, das forças poderosas do Mercado, do capital rentista, que
manipulam uma máquina de desrealização diabólica da consciência social.
E
em seu lugar impõem uma cultura nefasta de cada um contra todos, de todos contra
qualquer um, a disseminação em profusão do vírus da intolerância, individual ou
coletiva, no tecido social.
De
tal forma que em poucas décadas tentaram desfazer o sentido da construção de
consensos, pactos políticos, de ações propositivas que englobem o conjunto das
sociedades em torno das causas que deem sentido a projetos nacionais que
aglutinem a identidade cultural dos povos.
Isso
foi aplicado, por exemplo, na fatídica Primavera Árabe que gestou formidável
banho de sangue no Oriente Médio, no continente africano, provocando a
desintegração de várias nações, daí gerando monumentais vagas de refugiados
rumo à Europa.
A
Europa em que vários governos apoiaram as guerras imperiais, ou coonestaram, em
meio a uma crise estrutural capitalista jogada sobre os trabalhadores, classe
média, onde os jovens, aposentados são quem sofre com o desemprego, a
precarização dos diretos sociais.
Quanto
ao povo brasileiro, o povo mesmo, curtido nas vicissitudes, é certa a frase: o
povo não pode permitir-se o luxo de abdicar da permanente solidariedade entre
ele, tecida em mil teias de relações sociais e a reinvenção da esperança como
síntese de vida.
Assim
quando hoje forças retrógradas conspiram abertamente contra a legalidade
democrática, o pacto constitucional, a soberania nacional, em favor dessas
mesmas forças do Mercado global, faz-se imperiosa a construção da luta política
que aglutine as grandes maiorias em torno da democracia, do desenvolvimento, em
defesa da nação.
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