11 setembro 2015

O rumo e a missão

O papel estratégico da Ciência & Tecnologia

Ao tomar posse na Coordenação Geral do Escritório de Representação Regional Nordeste do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, José Bertotti expressou de modo consistente e esclarecedor, a base conceitual que lastreará a sua gestão. Leia aqui o discurso na integra:
O Brasil necessita um novo Projeto Nacional de Desenvolvimento que tenha como objetivo estratégico o estímulo aos empreendimentos instalados no território brasileiro, incentivando a produção de bens com maior valor agregado e com conteúdo inovador, que atendam as demandas de nossa população.
Precisamos identificar de que forma podemos incentivar essa produção, quais setores da nossa economia devem ser estimulados e como distribuir esses recursos para que atendam todas as necessidades e aproveitem todas as potencialidades de cada região do Brasil.
A Ciência, a Tecnologia e a Inovação são elementos chave para impulsionar o desenvolvimento nacional, com base no conhecimento produzido, pautado pelas demandas de nossa sociedade.
Podemos instrumentalizar o poder público, os setores produtivos de nossa sociedade para enfrentar a profunda crise que o sistema capitalista enfrenta e que afeta todas as economias do mundo inclusive o Brasil.
Um dos principais legados dos governos Lula e aprofundados no governo da Presidente Dilma materializaram-seem uma massiva inclusão social, através da criação de milhões de empregos, e de uma firme política de valorização dos salários da população trabalhadora.
No Brasil atual considerando o legado de inclusão social e de valorização do trabalho incorporado na política de desenvolvimento desses últimos doze precisamos direcionar o olhar para a necessidade de diminuição do grau de dependência externa de nossa economia. Devemos extrair consequência do processo de crise econômica do capitalismo mundial que destrói o capital existente e reformula a base produtiva introduzindo alterações na dinâmica de desenvolvimento global, para preparamos o país que queremos e que emergirá após essa crise, dependendo das políticas que agora serão adotadas.
Nossa dependência externa, na produção de bens de capital de maior valor agregado e de intermediários, deve ser superada com base no aumento da capacidade tecnológica nacional relevante.
O Brasil aumentou sua produção científica e tecnológica no que concerne a nossa participação em publicações internacionais. Aumentou como nunca o número de Universidades Federais e alunos matriculados nos cursos de Ensino superior principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Criou o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação que se consolida com importantes leis como a lei de inovação e a Lei do Bem. Ampliou e constituiu novas unidades descentralizadas de pesquisa das quais o Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (CETENE) é um exemplo.
No entanto o Brasil ainda apresenta pequeno investimento por parte das empresas principalmente as privadasem dispêndios com C, T&I, se comparado com outros países. Como não existe uma relação direta entre produção acadêmica e incorporação de seus frutos na forma de inovações produtivas, que alavanquem investimentos e dinamizem nossa economia, precisamos de uma política que centre na identificação de prioridades e na definição de planos e programas para o setor de ciência, tecnologia e inovação relacionados com as prioridades estratégicas do país.
Um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento necessita de instrumentos que permitam ao governo brasileiro criar as condições efetivas de internalização da capacidade tecnológica relevante que dê base à inovação e à competitividade, nesse sentido é básico que haja uma efetiva participação de capitais, de controle nacional articulados com os setores dinâmicos da economia mundial. Este aumento de participação permitirá que decisões importantes sejam tomadas conforme a lógica de interesses que tem sua perspectiva maior consolidarem-se no país, melhorando a relação entre a taxa de crescimento do Brasil com sua dinâmica de inovação.
A Representação Regional Nordeste do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (RENE), criada no âmbito do Campus Tecnológico do MCTI em Recife, que conta com duas importantes instituições de pesquisa o Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (CETENE) e o Centro Regional de Ciências Nucleares (CRCN), foi criada ainda no primeiro governo do Presidente Luis Inácio Lula da Silva e tinha como Ministro da Ciência e Tecnologia o saudoso ex-governador Eduardo Campos, e como Presidente da FINEP o Professor e Cientista Sérgio Rezende.
Essa representação foi criada com a visão estratégica de ampliar a presença de importantes instituições de pesquisa na região nordeste e para consolidar o conjunto de investimentos estruturadores feito pelo governo federal com apoio dos governadores da nossa região como a Refinaria Abreu e Lima, a transposição do São Francisco, a ferrovia Transnordestina, para citar alguns, que atraíram um conjunto de novas empresas privadas mudando a matriz econômica e industrial de nossa região.
Essa estratégia teve um objetivo claro enfrentar as já conhecidas assimetrias características do processo de desenvolvimento brasileiro e suas concentrações regionais.
A principal missão da RENE é a articulação e coordenação das ações de C, T&I no NE, dentro da linha adotada pelo Governo Federal hoje Presidido por uma corajosa mulher a presidenta Dilma Rousseff que tem como Ministro da Ciência e Tecnologia o ex-presidente da Câmara dos Deputados Aldo Rebelo, que nos convocou para a missão de Coordenar a representação regional do Ministério, tarefa que assumimos com total dedicação, desprendimento o com o sentimento da responsabilidade que esse cargo carrega.
Essa missão de articulação deve partir da identificação das demandas dos atores do Sistema Regional de Ciência Tecnologia incluindo as Secretarias Estaduais de Ciência e Tecnologia e as Fundações Estaduais de Apoio a Ciência presentes em todos os estados, os Reitores das nossas universidades, as Empresas e suas Associações, os Trabalhadores e seus Sindicatos, o Fórum de Pró-reitores de Pesquisa, os Municípios para que se de um destaque a gestão territorial do ambiente onde se realizam todas as nossas atividades, os Diretores e pesquisadores dos nossos Institutos de Ciência e Tecnologia públicos e privados, os ambientes de inovação em especial os Parques e Incubadoras Tecnológicas, os Pesquisadores, Grupos de Pesquisa, os Agentes de Fomento como FINEP, Banco do Nordeste, BNDES, SUDENE.
A produção científica requer dedicação, estudo e talento individual, mas está, sobretudo, ancorada na produção coletiva do conhecimento, esse sem dúvida é um ambiente muito favorável para enfrentar os grandes desafios que ainda devemos superar para elevar o atual patamar de desenvolvimento social e econômico do Brasil. 
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