De Laurindo Leal Filho, em entrevista ao jornal A Classe Operária (http://www.vermelho.org.br/museu/classe/302/especial.asp): "Essa é a verdadeira caixa-preta da televisão. É um assunto que pela primeira vez começa a ser discutido por alguns setores sociais, ainda que minoritários, mas pioneiros. É um debate muito difícil, porque a maioria absoluta da sociedade só se informa pela TV. A televisão está em praticamente 98% dos domicílios. Se nós pensarmos que 90% das pessoas só se informam pela televisão, teremos cerca de 170 milhões de pessoas. Qualquer outro veículo – jornal, revista, internet, TV por assinatura – não chega a 10% da população. E, obviamente, a televisão não diz que é uma concessão pública e muito menos diz que essas concessões são renováveis, que não são propriedade das empresas. No Brasil, as concessões têm duração de 15 anos para a televisão e 10 anos para o rádio. Ao não ter acesso a essa informação, a população acaba criando no seu imaginário a idéia de que as empresas são proprietárias desses canais, quando na verdade esses canais são bens públicos, outorgados pelo Estado em nome da sociedade para que os concessionários prestem esse serviço por um período limitado de tempo. Então, enquanto não tivermos esse debate na sociedade brasileira ficará muito difícil que se cobre das autoridades e do governo e do Legislativo uma ação mais enérgica e mais eficiente para controlar a concessão e fazer o acompanhamento da renovação dessas concessões."
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