19 junho 2008

Propostas para a cidade

Coluna semanal no portal Vermelho*:
Nem oito, nem oitenta
Luciano Siqueira

Presume-se que até o início da propaganda na TV, em agosto, os diversos postulantes à Prefeitura do Recife tenham definido suas plataformas de campanha – que convencionalmente se denomina “programa de governo”. Antes disso todos, ou quase todos, esboçam propostas em geral abordando problemas setoriais. Tem sido assim, inclusive, em debates e entrevistas promovidos pelos diversos órgãos de imprensa que abrem espaço para que assim procedam.

Qual a melhor abordagem: desenvolver idéias específicas para cada aspecto da vida na cidade ou abordar os desafios de sua permanente construção a partir de um plano geral? Aqui cabe, a nosso ver, a expressão popular nem oito, nem oitenta. Ou seja: nem amiudar a discussão no varejo, nem permanecer tão somente em proclamações gerais.

Mas, para que se mostrem consistentes as propostas, indispensável que partam de uma visão de conjunto dos problemas, oportunidades e desafios, dentro de uma percepção contemporânea.

Dentro dessa concepção, uma das idéias centrais de nossa pré-candidatura tem sido o papel do poder local na indução das atividades econômicas mais dinâmicas no território da cidade. Crescimento econômico e satisfação progressiva das necessidades básicas da população devem evoluir de maneira articulada.

Nesse sentido, e em sintonia com o ambiente econômico promissor em gestação no território metropolitano (no caso atual do Recife e cidades circunvizinhas), devem ter peso uma política fiscal inteligente e flexível, o estímulo à dinamização de cadeias e arranjos produtivos, a atração de novos empreendimentos, a qualificação e a formação da força de trabalho, a melhoria da infra-estrutura e acesso e meios de transportes, o incentivo à produção de novas tecnologias e ao investimento em inovação. Segmentos dominantes na economia do município, o varejo moderno e a logística, o pólo médico, o turismo e a construção civil têm, diante de si, a perspectiva de expansão, assim como os setores de tecnologia da informação, de consultoria e planejamento.

Complementariamente caberá estabelecer eficiente sinergia da economia popular e dos pequenos empreendimentos com esses setores estratégicos.

Esse é, sem dúvida, um bom ponto de partida.
* O mesmo texto, com pequenas alterações, foi publicado na quarta-feira última no Blog de Jamildo (JC Online).

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