Aldo Rebelo defende projetos estratégicos
Na cerimônia de passagem de cargo do Ministério da Defesa, Aldo Rebelo
prometeu apoiar “cada uma das agendas estratégicas das Forças”. A solenidade
ocorrida nesta quinta-feira (8), pela manhã, no Clube Naval de Brasília (DF),
foi marcada pela assinatura do Livro de Transmissão de Posse pelo ministro que
deixou o posto, Jaques Wagner, recém-empossado como chefe da Casa Civil da
Presidência da República, e pelo novo titular.
Rebelo
citou nominalmente projetos como o Programa de Desenvolvimento de Submarinos
(Prosub), da Marinha; o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras
(Sisfron), do Exército; e o FX-2 para aquisição dos caças Gripen da
Aeronáutica, ressaltando a importância deles para o fortalecimento da soberania
brasileira. E completou: “Desejo assumir, também, alguns compromissos, como a
valorização institucional da agenda da Defesa, no sentido de buscar, na sua
dimensão civil e militar, a legitimação e a legitimidade junto ao Poder
Executivo, Legislativo e à sociedade”.
Em
solenidade concorrida, Aldo Rebelo enalteceu a história de fundação das Forças
Armadas e fez questão de elencar algumas conquistas das três instituições. No
caso da Marinha, destacou a Batalha do Riachuelo. “Ali, ao vencer a Armada
Paraguaia, o Brasil e a Força Naval abriram caminho para o progresso das forças
terrestres”, disse. Prometeu, ainda, atualizar o Projeto Nacional de Domínio do
Ciclo Nuclear, além de “lutar para preservar a capacidade operacional da nossa
Esquadra”.
Já
para o Exército, ressaltou que a Força nasceu nos idos do nacionalismo do País.
Citou o “Exército da luta pela independência, que nos deu essa heroína única de
convicções e de bravura, Maria Quitéria. O Exército de Duque de Caxias e da
consolidação da República”. De acordo com o ministro, não era preciso fazer
mais referências “a esta instituição para atualizar a memória da sua
importância e dos seus compromissos com o Brasil”.
Por fim,
sobre “a mais jovem das Forças”, a Aeronáutica, lembrou que aviadores
brasileiros “deixaram nos céus da Europa o tributo de sangue para que o mundo
vivesse em liberdade”. “À Força Aérea, nós devemos o Correio Aéreo Nacional,
que era muito mais que correio. Era a instituição integradora de um País sem
logística, separado pelas distâncias”, lembrou.
Recursos - Também na cerimônia, o ministro Aldo Rebelo comprometeu-se a trabalhar
para que uma parte dos recursos oriundos do fundo social do pré-sal (dos 50%
restantes ainda não regulamentados) seja destinada para as Forças Armadas. À
frente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Rebelo negociou
com o governo federal para que o sistema de ciência e pesquisa recebesse parte
desses recursos. “Vou propor que as Forças Armadas também tenham uma
participação”, acrescentou.
Rebelo
deixou claro que está ciente do tamanho da responsabilidade em chefiar a pasta.
“É uma alegria poder encontrar um Ministério da Defesa com agenda compatível
com os interesses do Brasil e com o fortalecimento desta instituição. Sei do
que pesa sobre meus ombros ao conduzir os destinos, ao liderar a perspectiva e
o futuro dos seus servidores civis e suas instituições militares”, salientou.
O ministro
finalizou seu primeiro discurso como Ministro da Defesa enaltecendo o trabalho
da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. “O Brasil precisa de Forças Armadas
que correspondam aos desafios geopolíticos. Precisa ter Forças compatíveis com
o seu tamanho.”
Entrevista
- À imprensa, dentre outros temas, Aldo Rebelo falou
sobre a revisão dos documentos que norteiam as políticas do Ministério. “Embora
tenham grande fundamento e sentido de permanência, eles precisam de
atualização, como toda normatização de política pública”.
Sobre
o impacto do ajuste fiscal na pasta, o novo ministro da Defesa disse que vai
lutar para preservar os programas estratégicos. “Vou trabalhar com a adaptação
à escassez de recursos, que já foi projetada pelo meu antecessor, Jaques
Wagner, e procurar recompor o orçamento do Ministério. Além disso, buscarei
meios não apenas para solucionar demandas imediatas, mas para dar continuidade
e permanência ao orçamento, para que ele não fique sujeito à sazonalidade dos
momentos da economia do País”, destacou.
Em relação
ao fato de pertencer a uma sigla partidária de esquerda, lembrou que tem
compromisso com o País, na defesa e soberania do Brasil. “E é assim que assumo
o Ministério da Defesa. Não tenho outra finalidade, a não ser servir ao Brasil,
via a função que me foi confiada pela presidenta da República”.
Na conversa
com os jornalistas, Aldo Rebelo também lembrou de sua origem alagoana e dos
heróis da terra: “Sou alagoano de nascimento, paulista adotivo com muita honra,
onde fiz toda a minha trajetória política. Tenho por São Paulo uma dívida de
gratidão pelo acolhimento político e social que recebi, e por Alagoas, os laços
sentimentais”.
Solenidade - Na transmissão de cargo
dessa quinta-feira, o agora ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner,
despediu-se da Defesa, após nove meses à frente do órgão. “Para mim, este não é
um momento de alegria. Deixo o ministério com o sentimento e dever não
cumprido”, disse.
Emocionado,
Wagner relembrou os tempos de aluno do Colégio Militar do Rio de Janeiro e
reafirmou “o profundo respeito às três instituições”. Ele repassou, ainda,
alguns feitos de sua gestão e importantes missões que teve a oportunidade de
conhecer, de perto, como o trabalho dos brasileiros no Haiti. “Vi a combinação
entre empatia e profissionalismo lá.”
Acompanharam
a cerimônia os comandantes da Marinha, almirante Eduardo Bacellar Leal
Ferreira; do Exército, general Eduardo Dias Villas Bôas; e da Aeronáutica,
brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato; além do chefe do Estado-Maior Conjunto das
Forças Armadas, general José Carlos De Nardi, dentre outras autoridades civis,
militares, parlamentares, embaixadores e adidos.
Por Marina Rocha e Alexandre Gonzaga - Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
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