PCdoB defende mobilização crescente contra o golpe
Portal
Vermelho vermelho.org.br
Após reunião realizada nesta sexta-feira (16), a Comissão Política
Nacional do PCdoB divulgou resolução política, na qual avalia que, apesar de
recentes vitórias na batalha contra o golpe, a crise política do país continua
grave e as ameaças à democracia prosseguem. O partido convoca as forças
democráticas e progressistas, os movimentos sociais e as centrais sindicais a
seguirem mobilizados contra as investidas antidemocráticas.
No documento, o partido defende que a
presidenta Dilma Roussef intensifique uma agenda pelo país que dê
visibilidade às realizações de seu governo e promova um amplo diálogo com sua
base social e política, com trabalhadores e empresários.
O PCdoB também cobra do governo uma pauta
centrada na retomada do crescimento, que promova redução da taxa de juros e
assegure a preservação das conquistas e dos direitos sociais e
trabalhistas.
Confira a íntegra da nota:
Sigamos em
mobilização crescente contra o golpe
A luta
contra o golpe, em defesa da democracia e do legítimo mandato da presidenta
Dilma Rousseff obteve, no último dia 14 de outubro, uma importante vitória: o
Supremo Tribunal Federal (STF) – através de liminares do ministro Teori
Zavascki e da ministra Rosa Weber – suspendeu – até a decisão do STF em seu
Pleno – o rito processual do impeachment que havia sido grosseiramente
arranjado para favorecer, em afronta à Constituição, o estratagema dos
golpistas.
As
liminares do STF atenderam a pedidos de parlamentares, dentre os quais, um
mandado de segurança de autoria do deputado Rubens Junior, do PCdoB do
Maranhão. Foi uma iniciativa exitosa que partiu de uma decisão dos líderes da
base aliada do governo.
Duas
outras decisões do STF se realçam na defesa da democracia e do resguardo do
Estado Democrático de Direito – a proibição do financiamento empresarial das
campanhas eleitorais, raiz de grande parte dos escândalos de corrupção; e o
desmembramento de inquéritos da Operação Lava Jato –, dando início à correção
da anomalia de um juiz regional concentrar todas as investigações como se fora
o único existente no país. A decisão de considerar inconstitucional o
financiamento empresarial de campanha decorreu de uma ação direta de
inconstitucionalidade interposta pela OAB-Federal com o apoio da CNBB.
A
presidenta Dilma Rousseff adotou duas decisões que podem criar melhores
condições para que se assegure a estabilidade institucional e se retorne à
normalidade política. Decisões que foram ao encontro de indicações do PCdoB e
de outros partidos da base do governo.
Primeiro.
A presidenta fez uma reforma ministerial na correta direção de construir uma
nova maioria nas duas Casas do Congresso Nacional, sobretudo na Câmara dos
Deputados. Essa reforma, todavia, precisa ser ampliada para que o governo
obtenha mais força política e parlamentar. Segundo. No âmbito dessa reforma,
houve o necessário aperfeiçoamento do núcleo de articulação política.
Além
disso, a presidenta, crescentemente, reforça o indispensável papel de
liderança, de regente da operação política. Já começou e precisa intensificar
uma agenda pelo país que dê visibilidade às realizações de seu governo e de um
amplo diálogo com sua base social e política, com os trabalhadores e os
empresários.
Neste
sentido, há que se destacar recente pronunciamento da presidenta Dilma no qual
fez contundente denúncia do golpismo “escancarado” daqueles que conspiram
contra a soberania do voto popular. A presidenta alertou que o golpe tramado
pela oposição neoliberal não é apenas contra ela, mas contra o povo, contra um
projeto de desenvolvimento voltado para os trabalhadores, sobretudo para os
mais pobres.
Na
reforma, o ministro Aldo Rebelo, do PCdoB, que realizava um enaltecido trabalho
à frente do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, passou a exercer, por
um convite apresentado pela presidenta Dilma ao PCdoB, a titularidade do
Ministério da Defesa, pasta que encerra uma tarefa – por excelência, de Estado
– estratégica ao fortalecimento da soberania nacional.
Todavia,
apesar das vitórias parciais assinaladas, o PCdoB alerta para que ninguém se deixe
enganar por miragens. A crise política permanece muito grave. As ameaças contra
a democracia prosseguem. O golpismo, a esta altura, se movimenta de modo
frenético num contexto em que o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha é
alvo de pesadas acusações da Procuradoria Geral da República (PGR) que o
desqualificam, dia a dia, para continuar à frente da Presidência da Casa – fato
que gera forte incerteza quanto aos próximos lances da investida reacionária.
Desse
modo, o PCdoB conclama às forças democráticas e progressistas, aos movimentos
sociais, às centrais sindicais dos trabalhadores para que sigam em mobilização
crescente e permanente contra o golpe. Neste sentido, o Partido deve
fortalecer, a um só tempo, a agenda da Frente Brasil Popular, da Coalizão pela
Reforma Política Democrática e Eleições Limpas e outras articulações.
No
caso da Coalizão ela lançou, recentemente, um chamamento pela realização de um
debate nacional focado num projeto alternativo de sistema político. O Partido
reafirma, também, que é imperativo o governo apresentar uma pauta centrada na
retomada do crescimento, com a necessária redução da taxa de juros, e que
assegure a preservação das conquistas e dos direitos sociais e trabalhistas.
São
Paulo, 16 de outubro de 2015
A Comissão Política Nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)
A Comissão Política Nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)
Leia mais sobre temas
da atualidade: http://migre.me/kMGFD
Nenhum comentário:
Postar um comentário