27 outubro 2015

Indústria aeronáutica

Soberania tecnológica

Aldo Rebelo, no Vermelho
A ratificação da compra de 36 aviões de caça Gripen NG, que o governo brasileiro celebrou esta semana na Suécia, dá sequência a uma política de receber a tecnologia junto com a mercadoria. Ao Brasil já não satisfaz comprar equipamentos de alto valor agregado encapsulados numa caixa-preta. No caso dos caças suecos, assim como em outros contratos recentes, todo o processo de produção será assimilado a partir da fabricação de aviões em Gavião Peixoto (SP).
Se antes nos limitávamos a mandar pilotos aprenderem a conduzir os aparelhos, hoje despachamos engenheiros que participam integralmente do processo de produção e 46 deles já trabalham nos galpões da fábrica Saab. Uma das razões para o Brasil escolher o Gripen, entre outros aviões de caça igualmente adequados às nossas necessidades de defesa do espaço aéreo, foi que os demais já estão prontos, enquanto a aeronave sueca evolui para uma nova geração, e podemos participar da concepção à construção, até introduzindo especificações de nosso interesse. 
Toda uma cadeia produtiva se integra e desdobra em torno de um projeto industrial dessa magnitude.
Empresas nacionais recebem e geram tecnologia e formam mão-de-obra especializada, adquirindo conhecimento transferível a outros setores e artefatos. Isso já acontece em parcerias com a Alemanha e no Programa de Desenvolvimento de Submarinos, com participação da França, compartilhado em tal amplitude que em pouco tempo poderemos projetá-los e fabricá-los sem colaboração estrangeira. 
A indústria aeronáutica é um setor cuja soberania podemos ampliar, porque temos sólida tradição, que começou com Bartolomeu de Gusmão, criador do balão, passa por Santos Dumont, inventor do avião, e se consolidou com os institutos tecnológicos estatais que engendraram a Avibras e a Embraer. Hoje, exportamos tanto jatos de passageiros como turboélices militares, projetando o País num acirrado campo de alta tecnologia, antes restrito a meia dúzia de países. 
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