Ataques a Lula atingem as conquistas do povo brasileiro
Editorial do Vermelho
Incomodada há exatamente um ano com a quarta derrota seguida numa
eleição presidencial, a oposição direitista não dá tréguas à presidenta Dilma
e, ao mesmo tempo, promove uma verdadeira campanha de desconstrução da imagem
do ex-presidente Lula.
A trama oposicionista não tem escrúpulos e ocorre de forma articulada
com a mídia, que lhe dá ampla repercussão. À tentativa de vincular o
ex-presidente às investigações da Polícia Federal e à acusação de haver tirado
proveito pessoal através de lobby em favor de empresas brasileiras no exterior,
soma-se atos de pura e simples difamação com a utilização de bonecos detratores
que circulam nas capitais e em algumas cidades brasileiras.
Lula é alvo de ataques desde que ocupava a Presidência da República. O
auge foi em 2005 através do chamado “mensalão” e o intuito era impedir sua
reeleição em 2006, interrompendo, ainda nos primeiros anos, o ciclo de
desenvolvimento econômico e inclusão social que agora completa 13 anos.
Ao encerrar o período de oito anos como presidente da República em 2010,
Lula ostentava 87% de aprovação popular. O índice é um recorde mundial mantido
até hoje e supera a aprovação de personagens históricos como Mandela, que
deixou o governo com 82% de aprovação, Roosevelt, com 66%, e De Gaulle, com
55%. Por outro lado Fernando Henrique Cardoso saiu do governo com apenas 26%.
Para a elite brasileira é inaceitável um operário ter chegado a tal ponto,
ainda mais sendo um retirante nordestino, que sequer concluiu o ensino
fundamental.
Além do carisma e da trajetória pessoal, Lula carrega outros fatores que
fizeram dele a maior liderança popular de nossa história. A retomada do
desenvolvimento, com geração de emprego e aumento real de salários; a
implantação de programas sociais como o Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida,
Prouni, Fies e Pronatec; o maior protagonismo internacional do Brasil e sua
integração com os países da América Latina e do Hemisfério Sul, são algumas das
razões que selaram a identificação da maioria da população com o ex-presidente.
A questão, portanto, não é apenas sujar a imagem de Lula perante a
população, mas atingir programas e ações do seu governo que mudaram a cara do
Brasil. Daí se explica a tentativa de reduzir cerca de um terço do orçamento do
Bolsa Família para 2016, de impedir a ampliação dos recursos para saúde através
da CPMF, de inviabilizar medidas do governo para superar a crise econômica e de
fomentar a intolerância de parcelas da sociedade contra os beneficiários dos
programas sociais. Faz parte do “quanto pior, melhor” que pode levar a
população a identificar na oposição, embalada por um discurso de suposta
mudança, uma saída para suas dificuldades.
Neste sentido é alvissareiro o fato de que a Frente Brasil Popular,
integrada pelos partidos e organizações mais avançadas da sociedade brasileira,
esteja convocando uma grande marcha em Brasília no próximo dia 13 de novembro.
Um novo momento da batalha política começa a se anunciar e o protagonismo do
movimento social, aliado a uma intensa ação política no plano institucional e a
uma postura aguerrida da presidenta Dilma, são fatores determinantes para
desarmar a trama golpista, o Brasil superar o momento difícil, retomar o
desenvolvimento, promover as necessárias reformas estruturais e avançar nas
conquistas.
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