Emanuel Cancella, no blog Viomundo
Chamou
atenção dos brasileiros, no processo de impeachment da presidente Dilma, o fato
de os deputados, que votaram pela sua admissibilidade, fazerem referência à
família, pai, mãe, filho e esposa. Pouquíssimos falaram na motivação de seu
voto, mas todos falaram da família.
Todos sabemos que a maioria dos votantes tem, como motivação, além de
seus argumentos mais pífios, a retaliação contra o PT, Dilma e Lula. Até o New
York Times reconhece
a inocência de Dilma, então é impossível que um parlamentar brasileiro não
saiba disso.
Por isso é estranho que os parlamentares possam ter envolvido a família
num voto que ele(a) sabe que pode ter todos os embasamentos, menos a verdade,
e, por mais cretina que seja essa pessoa, não iria envolver sua família numa
coisa espúria dessa. Até porque a maioria acredita em Deus e muitos são
religiosos!
Por isso, movido pela minha intuição conspiratória, acredito que a senha
para receber a mala, que dizem que rolou, era citar a família. Dentro da
minha tese, o que reforça minha desconfiança, foi um parlamentar, que não me
lembro o nome, após votar, retornou bem depois ao microfone para homenagear a
família. Como foi o único a voltar ao microfone fica fácil a lembrança.
Outra coisa, a deputada Raquel Muniz (PSB), proferiu seu voto pelo
impedimento e elogiou seu marido, o prefeito de Montes Claros (MG), Ruy Adriano
Borges Muniz (PSB), e hoje, 18, seu marido foi preso pela PF. Creio que uma
deputada que estaria votando para combater a corrupção e por um novo país não
iria citar um marido envolvido em falcatruas, a menos que isso fosse
fundamental, por exemplo, como uma senha de acesso à mala.
Segundo o renomado economista José Carlos de Assis aconteceu uma
reunião, convocada pela Fiesp, no sentido de comprar o voto dos parlamentares a
favor da saída da Dilma, no seguinte montante: Fiesp, 300 milhões; FIRJAN, 100
milhões e Federação das Indústrias do Paraná e Rio Grande do Sul de 50 milhões
cada.
Fica aí minha contribuição aos órgãos investigatórios, Justiça, MPF e
PF, até para deixar claro que não houve pagamento de propina, e que o voto dos
parlamentares não teve outra motivação senão o bem do país!
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