Luciano
Siqueira, no Blog da Folha
Acontece no Brasil hoje algo que é comum na História: em ambiente de profunda crise — econômica, política, institucional —, as tensões se expressam em todas as esferas da vida.
Acontece no Brasil hoje algo que é comum na História: em ambiente de profunda crise — econômica, política, institucional —, as tensões se expressam em todas as esferas da vida.
Na
política, sobretudo.
Que
ocorra o embate de idéias e que seja tão intenso quanto a dramaticidade da
situação, tudo bem.
É
natural — e necessário. O conflito é a força motriz da sociedade humana.
Mas
quando se trata do confronto de ideias nos marcos da convivência democrática, o
respeito mútuo e a convivência com as diferenças são indispensáveis.
Porém,
em grande parte, verifica-se o contrário. Há um nítido rebaixamento do debate,
reduzido a raciocínios simplistas e a agressões verbais - em particular através
das redes sociais.
É como
que supostamente tenha se dado a "revelação da verdade" e que fora dela
nada se admita. Um tipo de fundamentalismo agora também na política.
Nesse
contexto, a dinâmica da vida — apesar de tudo — mais uma vez se impõe.
É o
caso das alianças partidárias tendo em vista o pleito de outubro.
Não
encontra guarida na realidade concreta a "tese" de que se deva
estabelecer uma linha demarcatória entre partidos que se opõem firmemente ao
impeachment da presidenta Dilma (PCdoB e PT principalmente) versus partidos
cuja maioria dos seus parlamentares votou a favor do impeachment.
Isto à
revelia de uma espécie de “lei objetiva”, historicamente consignada em nosso
país: o pleito municipal é essencialmente um fenômeno político local. As
alianças se costuram em torno de proposições para o município e não em torno de
opiniões acerca da problemática nacional.
Uma
cena política multifacetada e que se expressa na quase totalidade das
composições a serem celebradas nas convenções do final deste mês pelo Brasil
afora.
Este
fato político "óbvio ululante", diria Nelson Rodrigues, bate forte
contra o sectarismo e a intolerância. Põe
à margem do processo político real uns poucos que teimam em raciocinar de modo
mecanicista, esquemático e isolacionista.
Um filme visto muitas vezes, aqui e alhures. E que volta às
telas do primarismo político de modo reincidente, como que para alertar para a
sua própria precariedade teórica e política.
A fotografia das coalizões eleitorais é muito semelhante em
toda parte: a pluralidade política é a tônica.
Tomara
que contribua para uma compreensão mais exata do evolver da luta política —
para muito além das concepções reducionistas e das agressões pessoais.
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