Eduardo
Bomfim, no portal Vermelho
Para além da imprescindível batalha contra o golpismo em curso, urge a
necessidade dos segmentos democráticos, progressistas, patrióticos encontrarem
os caminhos que viabilizem a constituição de ampla frente política que aponte
novos rumos à sociedade e ao País.
A luta contra o golpe que
sequestrou o regime democrático e mais de 54 milhões de votos dos cidadãos
brasileiros está associada à necessidade de se formular através de sólida
frente nacional, democrática, um norte aos destinos da nação.
Porque é verdade que no Brasil
de hoje, após o putsch que derrubou a presidente Dilma Rousseff, legitimamente
eleita, também houve verdadeiro terremoto, que persiste, nas instituições da
República descaracterizando o que há de positivo promulgado na Constituição de
1988 com suas virtudes, defeitos ou limitações.
A vida mostra que o País não
alcançou a plena maturidade nas relações institucionais. A verdade, nua e crua,
é que, entre nós, a democracia não está consolidada, muito pelo contrário.
Assim como a realidade indica
que não há inteira garantia da soberania nacional, porque essa também se
encontra ameaçada, hoje mais ameaçada que ontem, frente aos cenários
provenientes de um quadro geopolítico profundamente instável e perigoso, das
constantes investidas contra as nossas riquezas naturais, com nossas dimensões
continentais e uma população que supera os 200 milhões de habitantes.
Inúmeros historiadores,
jornalistas e forças políticas, têm reiteradamente declarado que não se pode
falar em democracia perene no País enquanto existir o monopólio das
comunicações no Brasil em mãos de poderosos grupos privados, associados e
subalternos a interesses estratégicos do Mercado financeiro.
Tanto como não é possível
afirmar que a soberania do Brasil encontra-se plenamente assegurada, quando
esse capital rentista, associado a interesses escusos, especialmente dos EUA,
agem, à luz do dia, contra a democracia, o País, como na atualidade.
Assim, a energia criativa do
povo brasileiro, no sincretismo de raças que aqui viceja e que constitui
singular unidade e diversidade num País continente, onde se fala uma só língua,
sem movimentos separatistas, deve recuperar o contínuo histórico, várias vezes
interrompido e retomado, através de um Projeto Nacional de Desenvolvimento
Estratégico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário