Luciano
Siqueira, no Blog de Jamildo/portal ne10
Ilustração:P3K Comunicação
Sou de um tempo em que fazíamos panfletos contra a
ditadura militar no mimeógrafo, sob rigorosa clandestinidade, e de madrugada
íamos às portas das fábricas distribuí-los, correndo o risco de sermos presos —
como efetivamente, algum tempo depois, aconteceu com muitos de nós.
Daí a
minha adesão entusiasta às redes sociais desde que elas surgiram.
Em
fração de segundos nossas mensagens chegam a milhares de pessoas.
Artigos
que publico neste Blog do Jamildo e congêneres os reproduzo em meu blog e os
ofereço aos amigos e seguidores em links no Facebook, Twitter e WhatsApp.
O
retorno é sempre amplo e generoso.
Dá-se
assim um diálogo enriquecedor e em tempo real.
Claro
que tanto nos espaços que os blogs destinam a comentários de leitores, como na
comunicação fácil e semi anônima das redes sociais, aqui e acolá esse diálogo é
afetado pela intolerância e pelo desaforo.
É
quando a polêmica sempre bem-vinda e necessária à convivência democrática sofre
interferência negativa dos que ainda não aprenderam a conviver com as
diferenças.
Mas
isso está a anos luz de distância de enfraquecer e contaminar o bom uso das
redes sociais e dos blogs.
O fato
é que qualquer cidadão ou cidadã que deseje expressar a sua opinião o faz
livremente em seu próprio espaço, usando sua "tribuna”.
Uma
ferramenta em certa medida poderosa, desde que hajas aderência na realidade
concreta.
Melhor
dizendo: jamais o Twitter e o Facebook ou o WhatsApp "promoverão"
manifestações populares de grande dimensão, como se pretendeu quando da chamada
Primavera Árabe. Como se
fosse possível que a inclinação subjetiva de alguns pudesse, num passe de
mágica, através das redes, produzir em milhares uma vontade coletiva de ocupar
as ruas erguendo bandeiras de luta.
Porém,
de pronto, estudiosos do assunto reconhecidamente qualificados se apressaram em
esclarecer que o que ocorria no Oriente Médio era uma insatisfação social que
se acumulava há algum tempo, que nem fogo de monturo. E não o inverso. Daí a
insurgência nas ruas.
De toda
forma, o "panfleto" eletrônico e o debate nas redes ocupa hoje um
lugar privilegiado na comunicação política.
Há até
a expectativa de que na campanha eleitoral que se avizinha os tradicionais
impressos sejam relegados a um papel muito secundário, substituídos, sobretudo,
pelo WhatsApp e pelo Facebook. Com larga vantagem, tanto pela instantaneidade
da comunicação como pela possibilidade de diálogo com o eleitor - sem,
entretanto, dispensar o contato direto com as pessoas.
Que
sigamos todos vivendo a construção coletiva das ideias e a atitude proativa,
segundo as convicções de cada um - nas redes, nos salões e nas ruas. Democraticamente.
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