14 abril 2020

À deriva

A que nível chegamos!

Luciano Siqueira

A pandemia do novo coronavírus avança no Brasil e, dizem os especialistas, estamos entrando num fase crítica, cuja duração pode ultrapassar o mês de maio.

Um instante em que todos os esforços devem convergir numa mesma direção: evitar a sobrecarga de demanda por leitos de isolamento e de UTI para além da capacidade instalada. E já partimos em desvantagem: as redes assistenciais públicas e privadas estão defasadas.

Pelo mundo afora, nações se unem para se defenderem a crise sanitária e para reduzir o quanto possível seus efeitos econômicos e sociais.

Os governos nacionais têm um papel decisivo, um dever irrecusável.

No Brasil, o governo da República mescla a subestimação da pandemia com manobras diversionistas e uma multiplicidade de conflitos contra inimigos reais ou imaginários e no interior de si mesmo.

A principal peleja do momento se dá entre o presidente Bolsonaro, cujo pode de comendo mostra-se evidentemente enfraquecido e o ministro da Saúde, envolvendo nas escaramuças ministros militares com assento no Planalto e o chamado “núcleo do ódio” formado pelos filhos presidenciais e acólitos.

Enquanto isso o povo segue ameaçado na possibilidade de viver e sobreviver.

A História haverá de registrar este como um dos momentos mais deploráveis da frágil e claudicante República brasileira.

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