22 abril 2020

Dique democrático


Contenção necessária
Luciano Siqueira

A imprensa registra impressões, colhidas de fontes palacianas, de que ministros militares têm a avaliação de que o Congresso tem agido sistematicamente contra Bolsonaro, tolhendo suas iniciativas.
Na mesma linha, o Supremo Tribunal Federal também integraria o cerco ao Planalto, na medida em que tem tomado decisões favoráveis aos governadores e prefeitos empenhados no combate à pandemia.
Um equívoco.
O mérito não está no dique erguido às intenções equivocadas do presidente, e sim na natureza delas.
Por seu gosto, Bolsonaro já teria exposto a população aos rigores da pandemia, pouco se importando com o número elevado de óbitos. Diz ele que não é coveiro.
Também teria mantido as atividades econômicas em sua plenitude,
E, se possível, imposto restrições ao Judiciário e até fechado o Parlamento.
Não fosse os evidentes intentos ditatoriais do presidente, nem sua gritante incapacidade de exercer o cargo para o qual foi eleito, não estaríamos presenciando tantas escaramuças entre os poderes da República.
Sequer o governo estaria atolado em crise interna, atomizado em grupos de ministros que batem cabeça entre si e nenhum parece acolher as ordens do mandatário como tais.
Nesse ambiente de instabilidade institucional, cabe o resguardo do Estado de Direito via observância das normas constitucionais.
Urge, além disso, fazer convergirem ideias e iniciativas dos tantos segmentos sociais e políticos interessados em defender a vida e salvarem a economia e as condições de sobrevivência da população.
Sob o desesperante governo Bolsonaro, a bandeira da salvação nacional surge como pedra de toque de um paco político e social que possa vir a livrar o país da crise e das ameaças à democracia.

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