Ativismo contra a violência e o machismo
Glauce
Medeiros*
No período de 25 de
novembro (Dia Internacional da Não Violência Contra as Mulheres) até o dia 10
de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos), mais de 150 países se
engajam na campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a
Mulher. Esse movimento, surgido em 1991, quando 23 mulheres de diferentes nações,
reunidas pelo Centro de Liderança Global de Mulheres, lançaram a campanha para
promover o debate e denunciar as várias formas de agressões sofridas,
também ressoa no Recife. A prefeitura, através da Secretaria da Mulher, se
engaja na missão de esclarecer o público sobre as causas e formas de violência
e estimular as vítimas a quebrar o silêncio, denunciando o agressor.
Este ano, em virtude da
pandemia do novo coronavírus, não poderemos promover aglomerações, mas não
deixaremos de distribuir materiais informativos sobre os serviços oferecidos
pelo município, voltados a acolher mulheres vítimas de violência. Também vamos
promover campanha em nossas redes sociais e realizar lives com especialistas sobre
temas como violência institucional, violência na pandemia e violência contra
mulheres negras. Todas essas iniciativas têm como principal objetivo esclarecer
as mulheres e mostrar que elas não estão sozinhas nessa luta.
O município dispõe de
serviços como o Centro de Referência Clarice Lispector, com equipes
multidisciplinares, compostas por advogadas, assistentes sociais, psicólogas e
educadoras, para acolher e encaminhar mulheres ao atendimento que necessitam. O
centro dispõe de um serviço de whats app 24 horas (99488.6138), pelo qual a
mulher poderá pedir ajuda a qualquer hora. A Secretaria da Mulher também tem
salas nos Compaz, onde essas equipes multidisciplinares prestam atendimento.
Há ainda o Centro de
Atenção à Mulher Vítima de Violência, o Sony Santos, que funciona 24 horas no
Hospital da Mulher, oferecendo inclusive exame de corpo de delito para evitar o
deslocamento da vítima de violência sexual até o Instituto de Medicina legal
(IML).
É importante
ressaltar que, além de acolher a mulher agredida, precisamos combater as causas
dessa violência. Ela se origina no machismo que perpassa todos os setores da
sociedade, em um país onde uma mulher é estuprada a cada oito minutos e morta a
cada sete horas, segundo pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Não
há outra forma de deter essa escalada brutal a não ser lutar para desconstruir
esse ambiente no qual a violência contra a mulher é naturalizada, favorecendo a
impunidade do agressor. Onde não há igualdade de gênero nem respeito às
diferenças, não pode haver democracia plena.
*Secretária da Mulher
do Recife
Veja: A literatura é uma agulha na estupidez https://bit.ly/3nvQiVq
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