Manto
Márcia Frigg
Antes de sussurrar
meu
nome
e
navegar estas ilhas
–
êxodo das minhas águas –
colhe
da chuva
a
delicadeza dos pingos
para
que eu deseje
buscar
afluentes
nos
teus braços
desaguar-me
como fonte
reconstruir
minhas
águas
íntimas
peço
que me aceites
como
manto
sobre
o rio do teu sono
e
recebas meu corpo
como
concha do teu
Se
nos estranharmos
à
luz desses mistérios
sossega!
Ainda
somos véspera!
[Ilustração:
Leia também um poema de Pablo Neruda https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/02/palavra-de-poeta-pablo-neruda.html

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