As
políticas neoliberais, com a desregulamentação, a liberalização dos fluxos de
capitais internacionalmente e a austeridade fiscal como instrumento de elevado
superávit primário destinado ao pagamento de juros da dívida pública,
favoreceram a predominância financeira no processo de acumulação do capital. A
produção e o investimento produtivo, na era do capital financeiro, são cada vez
mais orientados pela lógica da valorização financeira. As grandes empresas
não-financeiras estão sob a lógica de máxima remuneração de acionistas, o que
prejudica o investimento produtivo para turbinar dividendos e a recompra de
ações e pagamentos de juros. A financeirização amplia o endividamento de
Estados, empresas e famílias, reforçando a dependência do sistema financeiro.
O
capital fictício é constituído de ativos financeiros que representam direitos a
ganhos futuros, não diretamente vinculados à produção. São fictícios porque seu
valor é em parte especulativo, pois não é determinado apenas pela receita real,
mas também pela esperada, calculada por antecipação. Hoje, envolve a inovação
de produtos financeiros em “papel” (na verdade eletrônicos) cada vez mais
complexos, como derivativos, ativos titularizados e hipotecas (inclusive em
moeda estrangeira), cada vez mais distanciados da produção de mercadorias
físicas. O crescimento exponencial do estoque destes ativos supera o produto
mundial. Esse deslocamento da valorização de ativos financeiros da geração real
de riqueza cria bolhas, instabilidade e crises. Necessário destacar que advém
do neoliberalismo um verdadeiro “espectro” de crises financeiras cada vez mais
recorrentes e severas. ("

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