Mais um round
Luciano Siqueira, no Blog da Folha
Crise é crise e não é nada simples. Mais ainda quando se trata de um governo que contraria, por três mandatos consecutivos, poderosos interesses de classe - que vão desde os detentores do grande capital a setores médios contaminados por preconceitos de toda ordem. Como pano de fundo, a ascensão social de mais de quarenta milhões de brasileiros, antes muito pobres ou situados abaixo da linha de pobreza.
O nó a ser desatado é o da governabilidade. No Brasil, como em geral nos países que guardam o mesmo desenho institucional, o governo não governa sem maioria na Câmara e no Senado. Nem que seja uma maioria instável, sujeita a solavancos.
Com imenso atraso, a presidenta Dilma enfim adotou a negociação com os partidos representados no Congresso Nacional para a recomposição do ministério.
Em qualquer lugar do mundo esse expediente acontece e é visto como próprio da democracia institucionalizada.
Aqui, a barulhenta oposição o classifica como "toma lá dá cá".
Era isso em governos passados, anteriores ao de Lula?
Era isso em toda a história republicana?
Claro que não. Todo governo precisa se compor com o parlamento e o faz dentro da realidade concreta, e não imaginando uma situação ideal inexistente.
Este Congresso atual é o que o povo escolheu através do voto. O mesmo eleitorado que reelegeu a presidenta Dilma, apesar de bombardeio midiático como jamais visto, temperado por acusações infundadas e pela semeadura do preconceito e do ódio; também elegeu deputados e senadores de maioria conservadora.
O fato é que, a partir de hoje, o governo passará pelo primeiro teste pós-reforma do ministério.
Ou, melhor dizendo, a base parlamentar reconstruída passará pelo primeiro teste.
No fulcro dos acontecimentos, a votações dos vetos da presidenta a itens da chamada "pauta bomba", conjunto de proposições destinadas a criar embaraços ao governo e a agravar a crise econômica e o desequilíbrio das contas públicas.
Sobre o PMDB, sobretudo, recai a responsabilidade maior. Partido de centro, tem dois terços de sua bancada de deputados comprometida agora com o governo, enquanto um terço reafirma, com estridente falatório direitista, atitude contrária.
Também cabe verificar o comportamento do conjunto dos parlamentares das demais legendas formalmente integrante da base governista.
Oxalá as coisas mudem - para que o ajuste fiscal enfim se concretize e dê seus resultados esperados e o país volte a crescer.
E na retomada do crescimento, o ingente desafio de substituir o modelo de resistência à crise global fundado principalmente no consumo inverno pelo modelo lastreado em pesados investimentos em infraestrutura, no sentido de alavancar as atividades econômicas e completar a integração nacional do ponto de vista físico.
Crise é crise e não é nada simples. Mais ainda quando se trata de um governo que contraria, por três mandatos consecutivos, poderosos interesses de classe - que vão desde os detentores do grande capital a setores médios contaminados por preconceitos de toda ordem. Como pano de fundo, a ascensão social de mais de quarenta milhões de brasileiros, antes muito pobres ou situados abaixo da linha de pobreza.
O nó a ser desatado é o da governabilidade. No Brasil, como em geral nos países que guardam o mesmo desenho institucional, o governo não governa sem maioria na Câmara e no Senado. Nem que seja uma maioria instável, sujeita a solavancos.
Com imenso atraso, a presidenta Dilma enfim adotou a negociação com os partidos representados no Congresso Nacional para a recomposição do ministério.
Em qualquer lugar do mundo esse expediente acontece e é visto como próprio da democracia institucionalizada.
Aqui, a barulhenta oposição o classifica como "toma lá dá cá".
Era isso em governos passados, anteriores ao de Lula?
Era isso em toda a história republicana?
Claro que não. Todo governo precisa se compor com o parlamento e o faz dentro da realidade concreta, e não imaginando uma situação ideal inexistente.
Este Congresso atual é o que o povo escolheu através do voto. O mesmo eleitorado que reelegeu a presidenta Dilma, apesar de bombardeio midiático como jamais visto, temperado por acusações infundadas e pela semeadura do preconceito e do ódio; também elegeu deputados e senadores de maioria conservadora.
O fato é que, a partir de hoje, o governo passará pelo primeiro teste pós-reforma do ministério.
Ou, melhor dizendo, a base parlamentar reconstruída passará pelo primeiro teste.
No fulcro dos acontecimentos, a votações dos vetos da presidenta a itens da chamada "pauta bomba", conjunto de proposições destinadas a criar embaraços ao governo e a agravar a crise econômica e o desequilíbrio das contas públicas.
Sobre o PMDB, sobretudo, recai a responsabilidade maior. Partido de centro, tem dois terços de sua bancada de deputados comprometida agora com o governo, enquanto um terço reafirma, com estridente falatório direitista, atitude contrária.
Também cabe verificar o comportamento do conjunto dos parlamentares das demais legendas formalmente integrante da base governista.
Oxalá as coisas mudem - para que o ajuste fiscal enfim se concretize e dê seus resultados esperados e o país volte a crescer.
E na retomada do crescimento, o ingente desafio de substituir o modelo de resistência à crise global fundado principalmente no consumo inverno pelo modelo lastreado em pesados investimentos em infraestrutura, no sentido de alavancar as atividades econômicas e completar a integração nacional do ponto de vista físico.
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