Nilson Velazquez*, no Blog Verbalize
Em tempos revoltos como o que estamos vivendo,
várias são as pressões - externas e internas - para diminuir o papel
revolucionário, dos comunistas em conjunto e de cada um de seus militantes. As
dificuldades que esses tempos nos impõem, mais do que dificuldades políticas
pragmáticas, impõem também a necessidade cotidiana de enriquecer a teoria
revolucionária e munir ideologicamente esse partido que tem se desafiado a ser
um partido de massas.
Para os comunistas, sem meio-termo, a resistência
contra o golpe e a defesa da democracia são as palavras de ordem de nossa
atuação. Essa defesa, nas redes, nas ruas, nas escolas, universidades e
fábricas, etc. deve ser feita por todos que comungam esse período de ampliação
de nossas fileiras. Dessa defesa não há militantes isentos, liberados de
fazê-la; seja ele da frente institucional, dos movimentos sociais ou da luta de
ideias.
Nesse sentido, hoje, é mais do que necessário
realçar a têmpera ideológica de nosso partido, fortalecendo os ambientes para
discussão das ideias e dando espaço à formação política militante de forma mais
frequente, a fim de evitar a dispersão, os voluntarismos, pragmatismos e
corporativismos que os momentos de crise podem trazer.
Só a teoria revolucionária pode contribuir no
sentido de entender os aspectos da luta política por que passamos. E, nesse
sentido, a teoria em nada atrapalha a prática cotidiana de enfrentamento ao
fascismo e ao golpe em curso no Brasil. Muito pelo contrário. Teoria e prática
não são compartimentos estanques, com seus espaços reservados de maneira
mecânica, mas se influenciam dialeticamente de modo a compor a práxis
revolucionária.
Em tantos outros momentos de crise que o país
passou, foi procurando o refúgio na teoria que camaradas como João Amazonas,
Renato Rabelo, Madalena Guasco, Bernardo Joffily, Maurício Grabois, Haroldo
Lima e tantos outros fortaleceram suas convicções e buscaram soluções amplas,
criativas e ousadas para os problemas vigentes, desde os tempos da Ditadura e
os cursos de formação na Rússia e Albânia, passando pelos cursos panorâmicos e
pelo esforço intelectual de João Amazonas de, pós queda do Muro de Berlim,
debruçar-se sobre a questão da transição.
Só assim, proporcionando aos nossos quadros e
militantes que se enxergue a atual crise política sob o olhar de classe,
entendendo as movimentações reais que acontecem no que há de mais profundo da
luta política, podemos ter certeza de que nosso exército está preparado. O
teste é dos mais difíceis e para fazer história, precisamos entendê-la em cada
detalhe. Por isso, aos textos, às redes, às ruas, camaradas!
*Secretário de Formação
e Propaganda do PCdoB Pernambuco
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