17 novembro 2016

Crise e ameaças

Momentos singulares
Eduardo Bomfim, no portal Vermelho

O Brasil necessita constituir novo caminho em meio a um cenário global caótico como decorrência da crise sistêmica da Nova Ordem mundial, da dominação do capital financeiro e suas instituições.
Já afirmou o historiador, cientista político Luiz Alberto Moniz Bandeira em seu livro A Desordem Mundial: é um tempo de guerras por procuração, terror, caos, catástrofes humanitárias, golpes brancos, como no Brasil, arquitetados, monitorados, executados sob a supervisão, notadamente, dos EUA.
Não há como negar a extensão da crise que instalou-se de maneira multifacetária em todo o planeta. Ela atinge as nações nas áreas econômica, social, política, sacode os valores impostos ao mundo pela globalização financeira.
É possível ver que as formas de hegemonia ditadas pela Nova Ordem mundial nas últimas décadas estão fazendo água por todos os lados. Os acontecimentos que indicam a objetiva revolta dos povos nem sempre são acompanhados por um projeto factível que mobilize as sociedades de forma majoritária.
As insatisfações podem ser cooptadas por um conjunto de ideias disformes, fracionadas, levando a soluções reacionárias para aplacar as angústias de multidões desnorteadas, estruturalmente desempregadas, à mercê de políticas que não correspondem aos sentimentos mais elevados do progresso humano.
A hegemonia da Nova Ordem, do Mercado financeiro, uma das mais nocivas da História moderna, está adernando a olhos vistos. Não vai ser superada espontaneamente.
As respostas podem vir através de ideias retrógradas, chauvinistas, se não surgirem no cenário mundial e no País projetos que defendam as aspirações dos povos, a democracia, o desenvolvimento econômico.
Mas a crise da globalização financeira abre espaços, sob formas mais avançadas, para a relevância nacional, uma outra ordem global multilateral com a emergência dos BRICS. Como disse Stefan Zweig, esses são os momentos singulares e supremos na História.
Nenhuma potência mundial será filantropa ou magnânima com as justas reivindicações do Brasil. Cabe-nos nesse cenário em crise preservar a integridade territorial, a soberania, identidade como povo.
Urge às forças políticas lúcidas no País a constituição de ampla frente democrática, patriótica, na defesa de um projeto de desenvolvimento estratégico, soberano, de progresso social.
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