Sem TEMER, sem assustar,
sem desanimar, sem desistir!
Melka Pinto,
em seu blog
Vou começar com a frase clichê que mais tenho usado
recentemente pra descrever o momento que estamos vivendo, “são tempos difíceis
para os sonhadores”, os sonhadores que defendem o público e o estado de bem
estar social para a população, claro. Camaradas, não se assustem, não TEMAM, é
apenas aquilo que Marx falou “a história de toda a sociedade até os nossos dias
nada mais é que a história da luta de classes”. É a luta de classes! É a
disputa entre projetos antagônicos que têm objetivos e faces distintas, que têm
representantes e representados diferentes!
Não ousemos desanimar, os nossos representados
necessitam de nós, de nós que temos consciência de classe. Peço que não nos
assustemos, não desanimemos e não desistamos, passamos por um período muito
vitorioso onde não exploramos nossas contradições e muitas vezes as
subestimamos como as alianças prioritárias, a consciência política do povo
beneficiado pelas conquistas garantidas e principalmente o distanciamento da base,
da luta de massas real. Agora estamos sofrendo um contra-ataque ofensivo,
sofremos um golpe com uma agenda implementada na cena política que não é a
mesma que foi aprovada nas urnas, talvez seja o maior desmonte de direitos que
estamos sendo reféns num período tão curto de tempo, todos os projetos de leis
anunciados até o momento colocam a conta da crise no bolso dos trabalhadores,
jovens e mulheres principalmente, o que podemos fazer?
O sentimento de quem sempre esteve na luta é a
necessidade de radicalizar, por mim eu colocava fogo em quase tudo, mas essa
tática não ajuda, encontramos nas ocupações de escolas e universidades uma boa
maneira de expressar nossa resistência, é preciso coragem pra paralisar aulas e
pautar dentro das instituições formadoras de opiniões a agenda de resistência
porque toda sociedade tá dividida, de fato a ofensiva é muito grande, são
poucos os que fazem a luta em defesa do povo, estamos em desvantagem nesse cabo
de guerra, mas ainda assim estamos resistindo com bravura.
São tempos de radicalizar com responsabilidade,
apontar sem medo todas as contradições, entender que a saída só pode se dar
pela política e pela tarefa de casa que deixamos por fazer: realinhas as forças
progressistas que lutam pelo povo, garantir a unidade dessas forças,
conscientizar a população sobre o que vivemos e ser a base, ser o povo, sem
discurso de ódio, sem intolerância. A democracia é um exercício diário e
difícil, mas somente com ela encontraremos a alternativa pra voltar a acumular
forças e voltarmos pra nossa agenda de perspectivas e felicidade pra quem não
tem oportunidades.
E concluo com um trecho do poema de Thiago de
Mello, “para os que virão: ... não importa que doa: é tempo de avançar de mão
dada com quem vai no mesmo rumo, mesmo que longe ainda esteja de aprender a
conjugar o verbo amar... os que virão, serão povo, e saber serão, lutando.”
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