16 fevereiro 2017

Recessão e fragilidade

Cenário crítico
Eduardo Bomfim, no portal Vermelho

Mergulhado em uma crise política gravíssima o País vê-se às voltas com uma estratégia econômica conscientemente recessiva cuja justificativa central, alegam, tem sido manter a inflação em baixa.

Com isso aprofunda-se a paralisia do desenvolvimento nacional, avança o desemprego e surgem os óbvios sinais de uma séria crise social que já se reflete na situação dramática da segurança pública nos Estados da federação.

Mas esse cenário deve se alastrar, infelizmente, para outros setores como saúde pública e educação, a paralisia nos investimentos em projetos de infraestrutura etc., em decorrência da aplicação pelo governo federal de uma política econômica conservadora e neoliberal cujas consequências em todo mundo mostram-se catastróficas e repudiadas por todos os lados.

Na verdade aplica-se a linha econômica dos governos Fernando Henrique Cardoso mas em um contexto histórico muito mais dramático, numa crise estrutural global e sistêmica do capitalismo iniciada em 2008 nos Estados Unidos e que depois alastrou-se pelo mundo.

Sem estratégias de qualquer espécie, o Brasil encontra-se como uma nau a vela dos tempos antigos: paralisada em meio a uma escassez de ventos que a impulsionem. A única coisa em movimento é a remuneração do capital financeiro que apresenta lucros recordes nos balanços publicados.

Sem protagonismo geopolítico regional ou global o Brasil vive um estado de torpor. Mostra-se em processo de regressão, de catatonia política.

As linhas monetaristas adotadas pelo governo Temer assemelham-se às do início do período das políticas neoliberais da década de 70 do século passado, das iniciativas neoliberais do presidente Ronald Reagan e da primeira ministra britânica Margaret Thatcher.

Mesmo assim mostram-se farsescas, como se fossem réplicas do auge das linhas gerais do liberalismo recauchutado que pontuou o final do século XX.

Onde se proclamava, hegemonicamente, através dessa mesma grande mídia atual, que a economia resolve por si própria todas as questões. Quem atrapalha é a intervenção do Estado nas relações institucionais ou nas políticas financeiras.

Como disse André Araújo “estão praticando um economês de quitanda... vamos chegar ao pico da crise com uma inflação na meta e a nação em crise social, à beira da guerra civil. Exemplo de miséria em País rico”.

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