02 novembro 2020

Palavra de poeta

A esperança é verde

Chico de Assis

 

A esperança voga

e vive no fenecer

do tempo.

 

Tremula generosa

no olhar entrecruzado

em despedida

amor

tecendo o gesto

em direção à pílula fatal

mal digerida.

 

A esperança é feto.

Psicografa a melodia

determinação da luz

fulgurante

que nos imobiliza

e nos conduz.

Campos e relvas

virgens relembram

um tempo que se foi

para sempre

e parece não ter (s)ido

nunca.

 

O tempo de outrora

o tempo de contar


e cantar

a aventura inédita

a festa nos olhos

infantis

abertura pueril da

porta-fresta

onde penetra a morte.

 

O tempo do presente

assobiando o som

[Ilustração: Joan Miro]

A História revisitada inspira a luta cotidiana https://bit.ly/2HCH9ue

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