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Pioneiras no exercício do direito de voto surgiram bem antes da Constituição de 1934
. Na semana em que se comemorou o Dia Internacional da Mulher, ganha um doce quem acertar quais foram as primeiras mulheres no Brasil a conquistar o direito de voto. O que quer que você tenha pensado... errou! Pode acreditar: foram as mulheres africanas do Rio de Janeiro.
. Mas essa história precisa ser mais bem explicada, claro: não estou me referindo ao voto feminino, da maneira como foi definido pelo Código Eleitoral de 1932 e depois ratificado pela Constituição de 1934. Refiro-me às irmandades de “pretos” do século 18, onde as mulheres conquistaram, após muita discussão, o direito de participar do processo interno de tomada de decisões da irmandade, organizado por meio do voto.
. Parece pouca coisa, mas não é: na sociedade colonial, onde não havia cidadãos, mas súditos do rei, e sequer se pensava em lutar por direitos políticos, é um bocado importante pensar que um grupo de mulheres reivindicou – e conseguiu – participar das práticas eleitorais de uma associação.
. Quem chamou a atenção para esse aspecto da história das irmandades no Brasil colonial foi a antropóloga e historiadora Mariza de Carvalho Soares, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), no livro Devotos da cor: identidade étnica, religiosidade e escravidão no Rio de Janeiro, século 18 (Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2000). Nessa obra, Mariza analisa a incrível história da Irmandade de Santo Elesbão e Santa Ifigênia, cuja igreja, construída na rua da Alfândega, em pleno centro do Rio de Janeiro, está lá até hoje.
. Leia a matéria completa http://cienciahoje.uol.com.br/140323
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