08 janeiro 2019

Ridículo e incompetente


Inquisição moderna
Luciano Siqueira


É relativamente frequente – infelizmente – altos cargos na gestão pública serem ocupados por personalidades incompetentes e boquirrotas.

Quando isso acontece, muitas vezes se diz que o Fulano ou Fulana está ali dizendo muita bobagem e metendo os pés pelas mãos, porém conta com uma equipe competente que faz as coisas acontecerem.

Não é uma boa fórmula, mas ocorre.

No novo ciclo político brasileiro que emergiu das urnas de outubro, e que pretende se marcar por uma espécie de moderna Inquisição – se é que algo tão obscurantista e antidemocrático pode receber a alcunha de moderno -, em várias áreas do governo central são incompetentes o chefe e sua equipe.

O insuspeito jornal Folha de S. Paulo denunciou ontem, em editorial, que o ministro da Educação, o colombiano naturalizado brasileiro Ricardo Vélez Rodríguez, ​escolhe auxiliares sem experiência de gestão e adota o revanchismo ideológico.

À semelhança do chanceler Ernesto Araujo – anota a Folha -, o titular da Educação dá ênfase exagerada ao embate ideológico e diz quase nada sobre os planos do governo para o ensino público.

Parece delirar ao reafirmar a todo instante o compromisso de combater, “com denodo”, o “marxismo cultural hoje presente em instituições de educação básica e superior”.

Tal como o seu colega do Itamaraty, promete enfrentar a “onda globalista”, da qual faria parte a “ideologia de gênero” e cujos objetivos incluiriam solapar “a família, a igreja, a escola, o Estado e a pátria”.

Na esteira desse discurso, evidente que pode surgir nas estruturas educacionais públicas o denuncismo e a perseguição próprios dos regimes ditatoriais.

Mas a equipe que poderia cuidar do “deixa disso” e arrostar os desafios da pasta? Quase ninguém com experiência qualificada na área.

Três ocupantes de secretariais setoriais, são ex-alunos de Rodriguez na Universidade Federal de Juiz de Fora, sem qualquer experiência de gestão.

Nessa linha e com o beneplácito do capitão presidente, o MEC começa a viver uma página triste de sua história, com gente sem eira nem beira com a responsabilidade de encarar enormes desafios, tendo à frente um improvisado Torquemada.

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